Comunidade de Santo Egidio ajuda seropositivos em Moçambique
Graças a acção da Comunidade de Santo Egídio, mais de mil crianças de mães seropositivas
moçambicanas nasceram livres do HIV, desde o arranque do fornecimento de medicamentos
anti-retrovirais em Moçambique, em 2001, através do projecto DREAM que obteve os melhores
resultados até hoje na África subsaariana: 97% das crianças nascidas de mães seropositivas
nasceram imunes ao HIV. Além disso, nove em cada adultos tratados com a triterapia,
coadjuvada por um adequado regime alimentar, vivem bem e levam uma existência normal.
O projecto é oferecido de forma totalmente gratuita. Dos 70.000 pacientes tratados
com anti-retrovirais, 7.000 gozam da cobertura oferecida pelo programa da comunidade
de Santo Egídio em Moçambique, e quase 4.000 são seguidos pelo regime terapêutico.
Segundo aquela organização católica italiana, 95 por cento dos moçambicanos seropositivos,
sobretudo mulheres, cumprem integralmente o tratamento com anti-retrovirais, medicamentos
que reduzem os efeitos do HIV.
A atitude dos seropositivos moçambicanos levou a Comunidade Santo Egídio a considerar
Moçambique “um caso isolado” na África subsariana e “melhor do que alguns países ocidentais”
que também beneficiam deste tipo de ajuda, disse o responsável da organização, Matteo
Zuppi.
O programa DREAM, que opera em 12 centros criados para o efeito no país, gasta anualmente,
por pessoa, perto de 600 Euros pela terapia com fármacos genéricos e testes de rotina
em laboratórios. Mas, segundo Matteo Zuppi, “um dos grandes problemas que muitos países
enfrentam na componente de tratamento é o facto de os doentes de Sida não conseguirem
tomar os medicamentos continuamente".
"Este problema levou a que muitos países, incluindo os desenvolvidos, não acreditassem
no sucesso da administração de genéricos, principalmente em África”, conclui.