A questão da participação dos divorciados na vida da Igreja esteve ontem em cima da
mesa, num encontro que Bento XVI manteve, à porta fechada, com o Clero de Vale de
Aosta, região dos Alpes italianos onde está a passar férias.
Na igreja paroquial de Introd, onde se encontravam cerca de 140 padres e diáconos,
teve lugar um diálogo especial com o Papa, numa sequência de perguntas e respostas
que passaram pelos temas dos jovens e da catequese, da família e da pastoral prisional,
com o anúncio de um novo documento do Conselho Pontifício Justiça e Paz sobre este
último tema.
A resposta que dominou o encontro, contudo, foi a relacionada com o problema dos divorciados
que voltaram a casar. “Mesmo se não podem receber a comunhão, não estão excluídos
do amor da Igreja, nem do amor de Cristo”, respondeu Bento XVI.
As declarações do Papa, foram no sentido de uma acção da Igreja que mostre “respeito
pelo indissolubilidade do sacramento do matrimónio e, ao mesmo tempo, amor por estas
pessoas que sofrem”.
Bento XVI lembrou que, ainda como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, tinha
começado a aprofundar este tema, consultando diversas conferências episcopais do mundo.
O problema, como sublinhou o Papa, é “complexo”, tratando-se de perceber se a pessoa
em questão tinha consciência do verdadeiro sentido do casamento celebrado na Igreja.
“De qualquer forma, é necessário tratar sempre estes casos com grande humanidade e
espírito de acolhimento”, concluiu.