Bento XVI sente-se apoiado pela oração dos fiéis e pela "presença espiritual" do seu
predecessor.Num encontro com os jornalistas lembrou que o Cristianismo e o Islão
não estão em guerra
Últimos dias da estadia do Papa em Vale de Aosta, de onde partirá na próxima quinta-feira,
28 de Julho, transferindo-se então para a residência estiva de Castelgandolfo. Retomando
uma tradição introduzida por João Paulo II nos diversos período´s de férias que passou
nos Alpes italianos, Bento XII teve nesta segunda-feira, de manhã, na igreja paroquial
de Introd, a que pertence a localidade de Les Combes, um encontro informal com o presbitério
da diocese valdostana: 120 padres e alguns diáconos. Na saudação dirigida ao pontífice,
o bispo de Vale de Aosta, D. Giuseppe Anfossi sublinhou a dimensão de “colegialidade
e comunhão” eclesial que caracteriza este momento de encontro.
Interrogado pelos jornalistas, antes do encontro com o presbitério de Vale de Aosta,
sobre o modo como lhe foi dado viver estes primeiros três meses de pontificado, Bento
XVI admitiu que esta nova missão se apresentou “num certo sentido difícil”, até porque
totalmente inesperada, mas logo sublinhou sentir-se apoiado pela oração dos fiéis
e pela “presença espiritual” do seu amado predecessor.
Num breve encontro com os jornalistas Bento XVI afirmou hoje que os últimos ataques
terroristas não podem ser considerados como actos dirigidos “contra o Cristianismo”,
procurando assim reafirmar a sua convicção de que não vivemos uma “guerra de Religiões”.
“Parece-me que há uma intenção muito mais geral, não é especificamente contra o Cristianismo”,
disse.
O Papa mostrou-se convencido de que há no Islão “elementos que podem favorecer a paz”,
exigindo que se encontrem elementos de diálogo com esta Religião.
“Não quero etiquetar o Islão com grandes palavras genéricas, dado que há nele, certamente,
elementos que podem favorecer a paz e também outros elementos: devemos sempre procurar
os melhores”, apontou.