Abstenção significativa na segunda volta das eleições presidenciais na Guiné Bissau
A votação na segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau decorreu sem incidentes.
Os primeiros resultados que ditarão vitória a Malam Bacai Sanhá ou Nino Vieira devem
ser conhecidos amanhã. No entanto, os dados disponíveis registam uma abstenção maior
do que na primeira volta.
O Chefe da missão de observação da União Europeia à segunda volta das presidenciais
na Guiné-Bissau disse ontem ter uma explicação para a abstenção registada ontem, “significativamente
maior” do que na primeira volta.
Em declarações à imprensa em Bissau, o eurodeputado belga Johan Van Hecke indicou
que os dados de que dispõe, apurados no terreno pelas várias equipas de observadores
espalhadas pelas nove regiões do país, dão conta de uma participação bastante inferior
à registada a 19 de Junho, embora sem adiantar percentagens.
A Comissão Nacional de Eleições não avançou até agora qualquer número sobre a afluência
às urnas, remetendo para mais tarde uma informação. O aumento da abstenção contribui
para aumentar as dúvidas sobre qual das candidaturas - a de Malam Bacai Sanha ou de
Nino Vieira - sairá vencedora.
Em Bissau, considerado «sector autónomo», os cálculos feitos pelos mais de 30 observadores
da UE que estão no terreno indicam que 73 por cento das mesas de voto abriram à hora
marcada e contavam com os respectivos delegados e com todo o material eleitoral.
Segundo esses dados, 27 por cento das urnas abriram com algumas falhas, mas tudo foi
normalizado mais tarde.
Os dois candidatos afirmaram ambos que estão esperançados na vitória. O primeiro
a fazê-lo foi Malam Bacai Sanhá, apoiado pelo Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder), que, depois, disse aos jornalistas que a votação
de constitui o “início de uma nova era” para o país. Cerca de 45 minutos mais tarde,
«Nino», candidato independente mas apoiado por Kumba Ialá e Francisco Fadul, terceiro
e quarto classificados na primeira volta das presidenciais, mostrou-se igualmente
“confiante” na vitória e disse que aceitará os resultados, “sejam eles quais forem”.
O presidente cessante da Guiné-Bissau considerou que o dia de ontem é “especial” e
simboliza uma vitória para os guineenses, na medida em que possibilitará a escolha
de um novo chefe de Estado. Henrique Rosa falava aos jornalistas momentos após ter
exercido o seu direito de voto. “Acima de tudo, é um dia de vitória e de um passo
em frente do povo guineense”, destacou. “Não podemos deixar fugir mais esta oportunidade.
São as nossas vidas e o nosso futuro que estão em causa”, frisou.