O futuro do mundo ferido; crianças de Bagdad e de muitos outros países com um destino
comum: sofrimento e morte
O jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, dedica a sua primeira página de 15 de
Julho à denúncia da “lógica do ódio” que está por detrás de atentados terroristas
como os de Londres, ou como aquele que esta semana matou 32 crianças em Bagdad.
Sobre este último caso, que o jornal classifica como “aberrante”, pode ler-se que
“a lógica do ódio semeou novamente no país do Médio Oriente luto e dor: uma dor que
se torna ainda mais aguda ao pensar que, mais uma vez, são crianças inocentes as atingidas
por esta aberrante sanha de violência”.
Na capa do jornal critica-se o “repertório de loucura” que todos os dias sacode a
capital iraquiana, condenando que o mesmo “não hesite em fazer vítimas entre os pequeninos,
entre as crianças que deveriam assegurar um futuro a esse país martirizado”.
O editorial de hoje dá ainda destaque à situação das crianças no Niger, fazendo eco
de uma denúncia da ONU que dava conta de 800 mil vidas em risco por causa de uma grave
crise alimentar.
Um terço da população do Níger, o segundo país mais pobre do mundo , pode morrer de
fome nos próximos meses, denunciou em Genebra o informador especial das Nações Unidas
para o direito a alimentação, Jean Ziegler. Segundo Ziegler “os grupos mais vulneravéis,
os idosos e cerca de 800 mil crianças estão em via de liquidação” neste país ao sul
do Saara.
“As crianças de Bagdad e as crianças do Níger, como tantos outros em muitíssimos países
do mundo, vêem hoje negado o mais fundamental dos seus direitos: o direito de crescer,
de se tornarem adultos”, lamenta o Osservatore Romano.