Vaticano: Prostituição, forma moderna de escravidão
Todos os cristãos são chamados a ser solidários com as mulheres prisioneiras da estrada:
este o pensamento de fundo que emerge do documento final do primeiro encontro de pastoral
para a libertação das mulheres de estrada, promovido a 20 e 21 de Junho em Roma pelo
conselho pontifício para a pastoral dos migrantes e itinerantes.
Quando se enfrenta o fenómeno da prostituição é necessária uma abordagem pluridimensional.
Deve envolver homens e mulheres numa transformação recíproca e colocar os direitos
humanos no centro de cada estratégia.
NO documento sublinha-se a responsabilidade pastoral da Igreja, em colaboração com
as instituições, os movimentos laicais, as associações e os meios de comunicação,
na denuncia e combate contra o fenómeno da prostituição, definida forma de escravidão
moderna. Assumir a defesa dos legítimos direitos das mulheres de estrada pressupõe
o conhecimento dos factores que levam á prostituição e o estudo de uma estratégia
eficaz na frente económica, educativa e da formação.
Torna-se então fundamental o testemunho profético das Congregações religiosas, especialmente
femininas, que no mundo fornecem acolhimento e alojamento, assistência medica e legal,
apoio financeiro, mas também actividades de formação, protecção das ameaças, ligações
com as famílias, assistência para o repatriamento voluntário e reintegração social
nos países de origem. Uma ampla variedade de serviços estudados em meditação fiel
da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, aos quais se junta o forte apoio,
na oração, das ordens contemplativas.
Depois é necessária a promoção de programas de formação para agentes pastorais e a
colaboração entre as Igrejas de origem e as Igrejas de destinação. Finalmente é de
salientar a referencia á condição de “cliente”: um homem, em geral com mais de quarenta
anos e um numero crescente de jovens entre os 16 e os 24 anos que procura as prostitutas
mais para dominar do que para satisfação sexual. “A ele -lê-se no documento - toca
algo mais do que uma condenação social e o rigor pleno da lei. Ele deve ser ajudado
a resolver os seus problemas mais profundos e a encontrar outras maneiras de gerir
as suas coisas pessoais”