Bispos condenam violência na Republica Democrática do Congo
Trinta e nove pessoas foram queimadas vivas numa aldeia do leste da República Democrática
do Congo (RDC) por rebeldes ruandeses que, de acordo com testemunhas locais, pretendiam
castigá-las pelo apoio dado às forças de manutenção de paz das Nações Unidas que estão
na região.
A Conferência Episcopal no país já condenou “a violência não justificada e os danos
materiais impostos a um povo já tão depauperado”. “Apesar do nosso apelo à pacificação
e ao controlo, foram perpetrados massacres, saques, violências e violações”, constatam
os prelados.
As forças das Nações Unidas, acusadas de não intervirem eficazmente na protecção das
populações civis do leste da República Democrática do Congo, intensificaram as suas
acções este ano, particularmente depois da morte de nove capacetes azuis do Bangladesh,
em Fevereiro.
As milícias hutus ruandesas estão activas no leste da RDC há algum tempo, tendo levado
já a que tropas do Ruanda tenham entrado por duas vezes na região para neutralizá-las.
Para a Conferência Episcopal Congolesa “é reprovável que alguns congoleses se aliem
a forças estrangeiras para atentar contra a vida humana e continuar a destruir o país
e as suas estruturas sociais”.
Há vários dias que a RDC vive momentos de tensão depois de as eleições políticas de
30 de Junho terem sido adiadas. “O adiamento das eleições é um evento doloroso, mas
necessário porque não é possível realizar um pleito quando parte do território nacional
não está sob controlo das forças legítimas do país”, afirmam à agência Fides, do Vaticano,
missionários no país.