Inovação e continuidade no Sinodo dos Bispos. Documento base da proxima assembleia,
sobre a Eucaristia, apresentado no Vaticano
O
Instrumentum Laboris
(Instrumento de trabalho) para a assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia,
no próximo mês de Outubro, foi apresentado esta manhã no Vaticano, em conferência
de imprensa.
O Sínodo, convocado por João Paulo II e confirmado por Bento XVI, decorrerá em Roma
de 2 a 23 de Outubro, juntando prelados de todo o mundo em redor do tema “A Eucaristia,
fonte e cume da vida e missão da Igreja”.
O documento será a base da discussão dos Bispos e foi apresentado em sete línguas:
italiano, francês, inglês, alemão, espanhol, português e polaco. No texto são compiladas
as respostas ao questionário enviado pelo Vaticano em Março de 2004, ano em que foram
ainda publicadas as grandes linhas (
lineamenta
) do Sínodo, para propor uma reflexão comum às forças vivas da Igreja.
A primeira questão abordava o tema “A Eucaristia na vida da Igreja” e perguntava:
“Que importância tem, na vida das vossas comunidades e dos fiéis, a celebração da
Eucaristia? Qual é a percentagem de participação na Santa Missa dos Domingos, dos
dias de semana, das grandes festas do ano litúrgico? Existem estatísticas aproximativas
a este respeito?”.
A XI assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, em Outubro próximo, vai ser
marcada por três ideias fundamentais: colegialidade, inovação e continuidade. 40 anos
depois da criação desta instituição permanente (Paulo VI, 15 de Setembro de 1965),
os Bispos são desafiados a manter vivo o espírito de colegialidade nascido no II Concílio
do Vaticano.
D. Nikol
a Eterović, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, apresentou em confer
ência de imprensa o “Instrumento de Trabalho” (Instrumentum laboris) do Sínodo.
Para discutir a natureza jurídica e teológica do Sínodo, Bento XVI aceitou dedicar
uma sessão do encontro de Outubro ao 40º aniversário da criação desta instituição
episcopal. Além das assembleias gerais ordinárias, já tiveram lugar 8 Sínodos especiais,
seis continentais, um sobre a Holanda e outro sobre o Líbano.
“As intervenções permitirão, por um lado, uma avaliação objectiva do caminho sinodal
percorrida sob a orientação do Espírito Santo e, por outro, conselhos para actualizar
a metodologia sinodal”, disse D. Eterovi
ć.
O objectivo é que o Sínodo dos Bispos se torne “um
instrumento cada vez mais eficaz para a comunhão e a colegialidade no seio da Igreja”.
Esta XI assembleia geral do Sínodo será o primeiro grande encontro de Bispos em torno
do Papa. Fora convocado por João Paulo II a 12 de Fevereiro de 2004 e no dia 12 de
Maio de 2005, o novo Papa confirmou oficialmente a organização deste Sínodo.
Bento XVI também confirmou as nomeações dos presidentes delegados para o Sínodo. Os
presidentes são o Cardeal Francis Arinze, prefeito da Congregação para o Culto Divino
e a Disciplina dos Sacramentos; o Cardeal Juan Sandoval Íñiguez, arcebispo de Guadalajara
(México); o Cardeal Telesphore Placidus Toppo, arcebispo de Ranchi (Índia).
O seu papel será o de presidir a toda a sessão do Sínodo episcopal, numa ordem estabelecida
pelo Papa, que também confirmou como relator geral o Cardeal Angelo Scola, Patriarca
de Veneza (Itália), e como secretário especial, D. Roland Minnerath, arcebispo de
Dijon (França).
Ao relator geral do Sínodo corresponde sintetizar os pontos convergentes surgidos
da primeira fase sinodal - as intervenções de seus participantes - para serem discutidos
na segunda fase, durante a qual todos os padres sinodais dividem-se em pequenos grupos.
Na terceira fase, o relator geral e o secretário especial recolhem em diferentes fases
a lista de propostas que os padres sinodais votam e que no final do Sínodo são entregues
ao Papa.
Estas propostas constituem a base para a redacção da exortação apostólica que o Papa
escreve como conclusão dos Sínodos.