2005-06-30 14:52:13

Audiência do Papa á delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla: "prosseguir a caminho da unidade dos cristãos que não é confusão.


A firme determinação de prosseguir, também com passos e gestos, na procura da unidade plena entre todos os cristãos que não é, nem absorção nem fusão, mas respeito da plenitude multiforme da Igreja, e portanto o empenho pela retomada do trabalho da comissão mista internacional católico-ortodoxa foram reafirmados por Bento XVI no discurso que dirigiu nesta quinta feira á delegação do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, recebida em audiência no Vaticano.
O Papa sublinhou a importância da tradicional presença em Roma de uma delegação ortodoxa por ocasião da festa litúrgica de S.Pedro e S. Paulo fundadores da Igreja de Roma, e da presença de uma delegação católica na festa de Santo André, pai da Igreja de Constantinopla. Uma tradição que Bento XVI confirmou e reforçou, tanto na saudação dirigida ontem á delegação que hoje recebeu, como no jantar com a mesma na Casa de Santa Marte onde se encontra hospedada.
“A feliz tradição de assegurar uma presença recíproca ma Basílica de S. Pedro e na Catedral de São Jorge, para as festas dos Santos Pedro e Paulo e de Santo André é - disse Bento XVI – expressão da vontade partilhada de combater as obras da carne, que tendem a desagregar-nos e de viver segundo o Espírito, que promove o crescimento da caridade entre nòs”.
É – acrescentou – a experiência do diálogo da caridade - inaugurado no Monte das Oliveiras pelo Papa Paulo VI e pelo Patriarca Atenágoras, experiência que se mostrou não ser vã. De facto são numerosos e significativos os gestos realizados até agora. Penso - disse o Papa - na anulação das condenações recíprocas de 1054, nos discursos, documentos e encontros promovidos pelas Sedes de Roma e de Constantinopla. Estes gestos caracterizaram o caminho dos últimos decénios.
Certamente – observou o Papa – o nosso é um caminho longo ,nada fácil, assinalado desde o inicio por temores e hesitações, mas que se tornou cada vez mais veloz e consciente. Um caminho que viu crescer a esperança de um sólido diálogo da verdade e de um processo de clarificação teológica e histórica que já deu frutos apreciáveis. Por isso adverte-se a necessidade de unir as forças e de não poupar energias para que o diálogo teológico oficial iniciado em 1980 entre a Igreja católica e as Igrejas ortodoxas no seu conjunto retome com renovado vigor.
A investigação teológica que deve enfrentar questões complexas e encontrar soluções não redutivas é um empenho série, ao qual não nos podemos subtrair..
Enviando as suas saudações e sentimentos de gratidão ao Patriarca Bartolomeu, Bento XVI reafirmou o seu propósito de prosseguir com firme determinação na procura da plena unidade entre todos os cristãos.
“Queremos, juntos, continuar no caminho da comunhão e juntos, dar novos passos e fazer gestos que levem a superar as incompreensões e divisões ainda existentes, recordando-se que para restabelecer a comunhão e a unidade é preciso não impor outros pesos, a não ser as coisas necessárias”.







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