"Os cristãos estejam unidos para levar a fé ao mundo: missão do Sucessor de Pedro
é garantir a unidade"-salientou Bento XVI na homilia da Missa da festa dos Apostolos
Pedro e Paulo.
Celebra-se neste dia 29 de junho na Igreja Católica a solenidade litúrgica de São
Pedro e São Paulo. Este é o dia tradicionalmente escolhido pelo Papa para entregar
aos Arcebispos metropolitas o Palio, uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas
de seda, que é uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição.
Na celebração desta manhã esteve presente, como é tradição, uma Delegação enviada
pelo Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I. Bento XVI responderá a este
gesto enviando uma delegação especial à sede do Patriarcado de Constantinopla, por
ocasião da festa de Santo André, a 30 de Novembro.
O “ministério petrino, ou seja a tarefa e os poderes do Papa é aquele que garante
a unidade da Igreja de todos os tempos e em todos os lugares, evitando que caia em
particularismos.
Na primeira homilia, como sucessor de Pedro, na festa dos Santos Apóstolos Pedro e
Paulo, Bento XVI sublinhou a importância do papel que deve desempenhar, mas renovou
também o seu apelo á unidade de todos os cristãos, dirigido de maneira particular
á delegação do Patriarcado ecuménico, presente na cerimonia.
Durante a celebração, á qual assistiram cerca de 40 cardeais e uma centena de bispos,
Bento XVI impôs o sagrado palio a 32 arcebispos metropolitas de todo o mundo. Entre
eles D. Estanislau Dziwisz, que foi secretário de João Paulo II, na sua qualidade
de novo arcebispo de Cracóvia. Recebeu também o palio o Secretário de Estado Card.Ângelo
Sodano, enquanto novo decano do Colégio Cardinalício, após a eleição do card.José
Ratzinger ao pontificado.
O ministério petrino, nas palavras do Papa é expressão da nossa comunhão, que no ministerio
petrino tem a sua garantia visível.Com a unidade, assim como com a apostolicidade,
está ligado o serviço petrino, que reúne visivelmente a Igreja de todas as partes
e de todos os tempos, defendendo desta maneira cada um de nós de escorregar em falsas
autonomias que muito facilmente se transformam em particularizações internas da Igreja
e podem comprometer assim a sua independência interna. Com isto – acrescentou - não
queremos esquecer que o sentido de todas as funções e ministérios é no fundo que cheguemos
todos á unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem perfeito,
na medida que convém á plena maturidade de Cristo, para que cresça o corpo de Cristo.
E dirigindo-se de maneira particular á delegação da Igreja ortodoxa de Constantinopla,
enviada pelo Patriarca Bartolomeu I, que saudou com afecto e gratidão, Bento XVI salientou:
“nesta hora do mundo cheia de cepticismo e de dúvidas, mas também rica de desejo de
Deus, reconhecemos de novo a nossa missão de testemunhar juntos Cristo Senhor, e na
base desta unidade que nos é dada, ajudar o mundo para que acredite. E supliquemos
o Senhor com todo o coração para que nos guie para a unidade plena de maneira que
o esplendor da verdade, a única que pode criar a unidade, se torne de novo visível
no mundo”.