Bento XVI defende que a Igreja deve estar ao serviço da vida e tem, assim, de “fazer
ouvir a sua voz” sobre questões fundamentais que digam respeito à vida humana, à família
e ao casamento. Isso mesmo disse o Papa no discurso que entregou, nesta quinta-feira,
ao novo embaixador da Suíça junto da Santa Sé, um dos sete que apresentou as suas
cartas credenciais.
Recordando que, nos últimos anos, a sociedade helvética conheceu uma evolução nos
seus costumes, aprovando numerosas leis que “afectam” a vida e a família, Bento XVI
assumiu que a Igreja irá “proclamar sem cessar a grandeza inalienável da dignidade
humana”, no que diz respeito a questões delicadas como “a transmissão da vida, a doença,
o fim da vida, o lugar da família e o respeito pelo matrimónio”.
Por sua vez nas palavras preparadas para o embaixador de Malta, o Papa sublinhou a
importância das “raízes cristãs da Europa”. “Os malteses, coerentes com o seu património
cristão, apercebem-se da importância da sua missão nesta fase da história europeia
e mundial”, disse.
“Malta deve esforçar-se para que a União Europeia do terceiro milénio não esqueça
o património de valores religiosos e culturais do seu passado”, acrescentou.
Ao embaixador da Nova Zelândia, Bento XVI referiu os problemas da laicidade e da secularização
das sociedades modernas, lembrando que “se cortam as raízes cristãs da sociedade,
se torna cada vez mais difícil manter a dimensão transcendente presente em cada cultura”.
A dimensão da liberdade, em especial a religiosa, foi o tema forte do discurso papal
entregue ao primeiro embaixador do Azerbaijão junto da Santa Sé. O Papa afirmou que
“para o bem da comunidade, é necessário que a liberdade religiosa seja garantida como
um direito fundamental, protegido por um robusto sistema legal que respeite a vida
e as regras próprias das comunidades religiosas”.