2005-06-23 15:32:39

Conferência sobre Iraque acaba com "recados".


A Conferência Internacional sobre o Iraque terminou, em Bruxelas, com o apoio unânime dos mais de 80 países e instituições presentes ao Governo de transição democraticamente eleito e à sua “visão estratégica” para o futuro do país.
Os presentes na Conferência expressaram o seu contentamento pelos “esforços iraquianos para alcançar um Iraque democrático, pluralista, federal e unificado”. Para o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, esta Conferência foi “um ponto de viragem” na história do país, demonstrando que “o futuro do Iraque está nas mãos dos iraquianos”. Annan espera agora que “o consenso aqui criado” se venha a traduzir no Conselho de Segurança da ONU.
Perante 85 representantes da comunidade internacional presentes ontem na capital belga, a delegação iraquiana, liderada pelo primeiro-ministro Ibrahim Al-Jaafari, apresentou o seu plano de reconstrução e de reforma do processo político e da segurança do Iraque. Na declaração final da Conferência, além do apoio ao Governo iraquiano e aos seus esforços para construir uma “democracia pluralista”, o documento apela “à cooperação mútua” dos países da região para evitar o “trânsito transfronteiriço” de terroristas.
Na berlinda durante esta conferência esteve também a dívida do Iraque. Não se entrou em detalhes, aguardando-se pela certa acordos de última hora que possam ser firmados até aos dias 18 e 19 de Julho, quando, em Amã, se reunir uma conferência de doadores internacionais.
Na declaração final, ainda assim, convida-se os principais Estados credores, que se sabe serem o Koweit e a Arábia Saudita, a darem provas de maior generosidade, à semelhança do que foi feito pelos 19 países mais ricos do mundo (Clube de Paris), quando, em Novembro, decidiram anular 32 dos 40 mil milhões de dólares da dívida iraquiana.
E, na frente diplomática, algo de novo. O Egipto e a Jordânia anunciaram que vão enviar, em breve, embaixadores para Bagdad. Serão, a este nível, os primeiros países árabes a fazê-lo. Outros há, como a Argélia, a Síria, a Tunísia e o Iémen, que estão representados diplomaticamente, mas ainda não destacaram embaixadores. Idêntico compasso de espera é marcado pela ausência de uma representação da União Europeia (UE) na capital iraquiana. Nos seus esforços de normalização, esta é uma ausência que Bagdad lamenta. Por isso, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Hoshyar Zebari, voltou a insistir no sentido de essa falta ser colmatada "tão depressa quanto possível".









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