Os Bispos da Bolívia manifestaram-se a favor da convocação de eleições legislativas
antecipadas como forma de ajudar o país a sair do caos político em que se encontra.
Em comunicado, a Conferência Episcopal Boliviana (CEB) precisa que a opinião da maioria
das pessoas que consultou, no processe de mediação da crise, é de que “é necessário
regressar às urnas para poder encontrar um novo equilíbrio político e democrático”.
Devido ao ambiente de tensão que se vive na capital La Paz, o parlamento não se reuniu
terça-feira para validar a demissão de Mesa e designar um sucessor, nem para escolher
uma data para eventuais eleições gerais antecipadas. Dezenas de milhares de pessoas,
segundo os organizadores, manifestaram-se terça-feira no centro de La Paz para reclamar
a nacionalização dos hidrocarbonetos.
Estas explosões são as últimas manifestações de descontentamento da população indígena,
vinda desde a região andina de EL Alto. A Bolívia está mergulhada, há meses numa grave
crise social por causa da exploração dos hidrocarbonetos, que ameaça provocar uma
nova onda de violência e uma grave divisão no país, à beira da guerra civil.
Há mais de duas semanas que o país está praticamente parado por causa dos protestos
e manifestações, que incluem bloqueios de estradas. Os protestos exigem a nacionalização
dos hidrocarbonetos, a convocação de uma Assembleia Constituinte e um referendo sobre
autonomias para as regiões.
O Comité Permanente da Conferência Episcopal do Chile emitiu uma declaração pública
na qual se solidariza com o povo boliviano ao expressar s sua “mais viva preocupação
e proximidade pelos graves acontecimentos que afectam a República irmã da Bolívia”.
No documento, os prelados exortam os fiéis da Igreja “a orar com especial insistência,
a fim de que os nossos irmãos bolivianos possam encontrar uma solução justa, pacífica
e constitucional para os seus problemas, tendo sempre como prioridade a situação dos
mais pobres e marginalizados".