O regresso de mais de 90 mil refugiados provocou a ruptura das frágeis estruturas
sociais angolanas, tornando difícil o seu realojamento. A Amnistia Internacional (AI)
revelou a existência de relatos de violência politicamente motivada, bem como a violação
dos direitos humanos pela polícia e os militares no enclave de Cabinda e nas regiões
diamantíferas. Por todo o país, pelo menos 500 famílias foram expulsas à força das
suas casas.
guiné-bissau
O relatório da AI denuncia a detenção e o espancamento de activistas dos direitos
humanos. Vários soldados e civis detidos após o golpe de Estado de Setembro de 2003
foram mantidos em deficientes condições de reclusão, sem que tenha sido formalizada
qualquer acusação contra eles. A ONG alerta para o uso de força excessiva e de armas
de fogo para dispersar manifestações. Apesar das eleições legislativas de Março de
2004, a instabilidade manteve-se.
moçambique
A AI aplaudiu a investigação ao alegado tráfico de pessoas e as medidas para combater
a violência contra as mulheres, alertando, no entanto, para a debilidade do sistema
de disciplina, as mortes sob custódia policial e o uso excessivo da força.
timor-leste
A debilidade das instituições travou o processo de criação de um Estado de Direito
e a promoção dos direitos humanos. De acordo com o relatório da organização britânica,
esta situação originou detenções ilegais, atrasos no sistema judicial, violação da
liberdade de expressão e associação e a impunidade dos polícias acusados de violar
os direitos humanos.
brasil
Segundo a AI, os índices de violação dos direitos humanos permaneceram muito elevados
em 2004. Relatos de ineficácia, violência e corrupção na polícia levantaram dúvidas
sobre a eficácia das propostas de reforma do Governo do Presidente Lula da Silva.
O uso da tortura foi generalizado e o sistema prisional caracterizou-se sobretudo
pela sobrelotação, pelos motins e pela corrupção.