2005-05-25 13:08:47

Aumento da pobreza em áfrica: bispos do Quénia questionam como são aplicados os empréstimos


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“A dívida do Quénia é causa de opressão, pobreza, ousamos dizer, numa forma moderna, de escravidão” – salientam os bispos do Quénia, numa Carta Pastoral sobre o peso da dívida internacional. No documento os prelados recordam que devido ao peso excessivo desta dívida, o “Quénia sofreu um progressivo declínio económico. Hoje, a maior parte dos quenianos vive abaixo da linha de pobreza, enquanto uma pequena minoria goza de um estilo de vida superior aos países desenvolvidos”
A dívida externa do Quénia é de 17 bilhões de dólares, ou seja, mais de 500 dólares por cada cidadão do país. A dívida total dos Países africanos totaliza 231 bilhões de dólares, enquanto a riqueza total produzida por estes Países é de 350 bilhões de dólares. “Isso significa - escrevem os Bispos quenianos - que os Países africanos não podem pagar a dívida e ao mesmo tempo sustentar o seu desenvolvimento. Diversos Estados são obrigados a gastar mais de 20% de sua renda para pagar a dívida”.
A raiz desta situação encontra-se primeiramente, segundo os Bispos, no funcionamento do sistema financeiro internacional, mas também na corrupção e na incompetência dos governos africanos, que utilizam de maneira errada as verbas emprestadas. Recordando a parábola do jovem rico e do pobre Lázaro (Lucas 16:19-31), os Bispos afirmam que “os esforços para o cancelamento da dívida são comparáveis a migalhas caídas da mesa do rico, com as quais Lázaro se alimentava: são promessas ilusórias, sem conteúdo. Lázaro ainda hoje morre de fome e de doença. Comer as migalhas de comida que caem da mesa contradiz a dignidade humana: é coisa de animais!”.







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