Aprovada pelo Papa a realização da V conferencia geral do episcopado latino-americano
O Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente
da Comissão Pontifícia para América Latina, anunciou que Bento XVI está “plenamente
de acordo e alenta a realização da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano”.
A revelação foi feita aos Cardeais e Bispos que participam na trigésima Assembleia
Ordinária do Conselho Episcopal da América Latina (CELAM). Sobre a data, local e eventual
presença de Bento XV nessa Conferência, o presidente da Comissão Pontifícia para América
Latina disse que a mesma será definida após o verão.
No passado dia 28 de Abril, a presidência do CELAM tinha-se encontrado com Bento XVI
para apresentar-lhe a proposta da Conferência. Na audiência que o Papa concedeu participaram
o Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo de Santiago do Chile e presidente
del CELAM; o Cardeal Pedro Rubiano Sáenz, arcebispo de Bogotá (Colômbia); D. Carlos
Aguiar Retes, de Texcoco (México), primeiro vice-presidente; o arcebispo Geraldo Lyrio
Rocha, de Vitória da Conquista (Brasil), segundo vice-presidente; o bispo Andrés Stanovnik,
de Reconquista (Argentina), secretário-geral.
A reunião magna dos episcopados latino-americanos tinha sido aprovada por João Paulo
II antes da sua morte e estava prevista para Roma. Qualquer decisão, agora, terá de
passar pelo novo Papa. Encontros semelhantes ocorreram no Rio de Janeiro (1955), Medellín
(1968), Puebla (1979) e Santo Domingo (1992), sempre com grande impacto na vida da
Igreja.
A presidência do CELAM já apresentou a Bento XVI a proposta para o tema do encontro:
“Discípulos de Jesus Cristo na Igreja Católica, missionários da esperança para a nova
evangelização da América Latina e o Caribe no início do terceiro milénio”.
Uma conferência geral do CELAM é “uma reunião de Bispos representantes das vinte e
duas conferências episcopais existentes na América Latina e Caribe, para reflectir
o momento que vive a Igreja neste espaço geográfico e discernir, à luz do Evangelho,
os acentos da sua condução e serviço perante as mudanças na sociedade e na cultura
vigente”.
O centro de gravidade da Igreja Católica tem-se deslocado, ao longo dos últimos anos,
para o Sul do mundo e é gritante a falta de crescimento da Igreja na Europa.
Entre 1978 e 2003, os católicos no mundo passaram de 757 milhões a 1,08 mil milhões
- um aumento de 329 milhões de fiéis.
Na América e Ásia, a Igreja experimentou um crescimento notável (de 47,6% e de 78,2%
respectivamente). Os católicos americanos representam 62% da população do continente
e metade dos católicos em todo o mundo.
A proeminência americana é visível no número de seminaristas que se preparam para
o sacerdócio: em 1978, a Europa tinha 37% do número total de seminaristas diocesanos
e religiosos maiores; a América, 34%. Vinte e cinco anos depois, a contribuição europeia
caiu para menos de 22% e um terço dos seminaristas maiores estão na América.
A distribuição de católicos por continentes é a seguinte: América, 50%; Europa, 26,1%;
África, 12,8 %; Ásia, 10,3%; Oceânia, 0,8 %. Três quartos dos católicos vive, portanto,
fora da Europa.
A América é também o continente com maior percentagem de católicos em relação à população
total: América, 62,4% de católicos; Europa, 40,5%; Oceânia, 26,8%; África, 16,5%;
Ásia,