2005-05-19 15:36:40

Comunidade internacional procura evitar que piore a situação na Guiné Bissau


Os quatro partidos guineenses que apoiam Kumba Ialá na decisão de se autoproclamar chefe de Estado anunciaram uma "gigantesca manifestação" para domingo. Ao mesmo tempo que o Governo guineense, que tem somado apoios internacionais (sobretudo da ONU) na determinação de concretizar as eleições de 19 de Junho, afirmava não estar preocupado, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, felicitava a Polícia e os militares pela resposta dada anteontem aos manifestantes.
Ao mesmo tempo, procurando evitar que a situação possa piorar, ONU, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e CPLP multiplicam esforços em diferentes tabuleiros regionais, nomeadamente junto do Senegal e da Guiné-Conacri.
Os apoiantes do Kumba Ialá garantem que a anunciada manifestação insere-se nas acções da campanha eleitoral, "e não de tomada de Poder", e que será pedida a respectiva autorização.
O Governo explica que, "se respeitar a lei, a manifestação será autorizada", acrescentando, contudo, que depois das "violentas e desestabilizadoras afirmações de Kumba Ialá, é legítimo que num Estado de Direito as forças de segurança estejam atentas e não permitam, se for o caso, atropelos ou acções que possam pôr em perigo a estabilidade o país".
De qualquer modo, a classe política, sobretudo os principais candidatos às presidenciais, temem que Kumba Ialá vá tentar tudo para, antes de 19 de Junho, tomar o poder ou criar uma situação de caos que "obrigue" os militares a agir.
No entanto, pela via diplomática, continuam os contactos do representante permanente das Nações Unidas com as chefias militares guineenses, procurando dessa forma informá-las de que qualquer convulsão social poderá significar - para além da instabilidade interna - que a comunidade internacional deixará de ajudar o país.
Entretanto, o Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau anunciou ter deferido os recursos de três das sete candidaturas às eleições presidenciais que havia "chumbado" a 10 deste mês, readmitindo a que mais espanto provocou entre a classe política, a de Francisco Fadul.
Ontem, foram também readmitidas as candidaturas de Ibraima Sow, líder do Partido do Progresso, e do independente Empossa Ié. Com a decisão do Supremo, vão apresentar-se às presidenciais 17 candidatos, entre eles uma mulher - Antonieta Rosa Gomes. Doze são apoiados por partidos políticos e os restantes são independentes.







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