O Administrador Apostólico do Uzbequistão, D. Jerzy Maculewicz, apelou ao diálogo
no país, assegurando que Bento XVI acompanha a situação de crise.
“Tenho como missão ser mensageiro da paz e percebe-se que a situação é grave. Antes
de mais é preciso rezar por este povo e apelar ao diálogo, fazer ver às pessoas que
é possível conviver mesmo tendo opiniões diferentes”, referiu o prelado, antes de
partir para o país.
Em entrevista à Rádio Vaticano, D. Maculewicz revelou que foi recebido em audiência
por Bento XVI que lhe confiou a missão de promover o diálogo, “sobretudo com os muçulmanos”.
Neste momento são já muitos os refugiados derivados da instabilidade e violência vividas
no Uzbequistão. Segundo o jornal russo "Izvestia", pelo menos 745 pessoas foram mortas
no decorrer da insurreição em Andijan, no Leste do país e na repressão policial que
se seguiu.
No passado Domingo, a Organização para a Segurança e a Cooperação da Europa (OSCE)
pediu a "todas as partes" para renunciarem à utilização da força e exortou o Governo
a "agir com contenção e a ter em consideração os direitos do homem para as pessoas
apanhadas nos tumultos".
O receio do extremismo islâmico levou o Governo a pôr em prática, nos últimos anos,
medidas fortemente limitativas da liberdade religiosa. No seu dia a dia as comunidades
religiosas – particularmente as muçulmanas – estão sujeitas a um forte controlo por
parte das autoridades.
A comunidade católica no país, com uma população total de 25 milhões de habitantes,
é constituída por cerca de 700 pessoas e conta com seis paróquias.