Polónia recebe cimeira europeia: lideres definem posição da mais antiga organização
da Europa
Os chefes de Estado e de governo de 46 países membros do Conselho da Europa reúnem-se
nesta segunda e terça feira em Varsóvia para a III Cimeira do Conselho da Europa
É uma oportunidade para os referidos dirigentes reafirmarem o mandato político da
mais velha instituição europeia e relançarem e definirem o plano de acção para os
próximos anos; um plano que deverá começar a ser implementado pela Presidência portuguesa
do Conselho da Europa que tem início nesta terça feira. Portugal vai assim, durante
seis meses, dirigir os destinos da organização de Estrasburgo.
A cimeira, que hoje se inicia, é a terceira do Conselho e a primeira na Polónia, que
em Maio de 2004, aderiu à UE. Trata-se de uma oportunidade para definir o papel desta
instituição na nova arquitectura do velho continente.
Até 1 de Maio de 2004, os países da UE eram minoritários no Conselho da Europa; desde
então, o desequilíbrio de forças tem pendido para o lado da UE. Esta situação não
agrada aos russos que se sentem marginalizados, apesar de serem um dos quatro grandes
contribuintes para o orçamento do Conselho.
A Rússia decidiu, aliás, não estar representada neste encontro ao mais alto nível,
ao contrário do que aconteceu nas cimeiras anteriores, mostrando assim o seu desagrado
face às criticas emitidas pela organização sobre a situação na Chechénia e as violações
dos direitos humanos aí perpetuadas . Vladimir Putin, ao contrário de Boris Yeltsin
que participou nas duas anteriores cimeiras, faz-se representar pelo seu ministro
dos Negócios Estrangeiros Sergei Lavrov. Outro grande ausente nesta cimeira é Jacques
Chirac que, preocupado com o desfecho do referendo francês sobre a Constituição europeia,
prefere não se ausentar do país.
As relações entre o Conselho da Europa e a UE atingiram um momento crítico nos últimos
meses com a tentativa da União de bloquear a aprovação pelo Conselho de três convenções
europeias sobre a exploração dos seres humanos, o terrorismo e o branqueamento de
dinheiro.