2005-05-15 09:14:20

Revolta no Usbequistão pode alastrar a toda a Ásia central


A violenta repressão das autoridades do Usbequistão sobre os autores da revolta que sexta-feira eclodiu em Andijan, quarta maior cidade do país (com 300 mil habitantes), provocou um número ainda indeterminado de mortos e levou à fuga de muitos habitantes para os países vizinhos.
As chancelarias ocidentais, manifestam-se preocupadas com uma revolta que o Presidente Islam Karimov - e a Rússia - classifica como "tentativa de desestabilização" da Ásia Central.
Também a Comissão Europeia e a NATO reagiram aos acontecimentos, com a primeira organização a defender a resolução do caso através do diálogo e a segunda a mostrar-se "inquieta". A Casa Branca também apelou à calma.
A revolta iniciou-se na noite de quinta-feira, quando algumas dezenas de revoltosos roubaram armas de um quartel militar, assaltaram a prisão de alta segurança e ocuparam o edifício do Governo.
Na origem dos protestos, a que se juntaram milhares de manifestantes, esteve o julgamento de 23 homens de negócios, acusados de terem fundado uma célula terrorista ligada ao ilegalizado partido islamita Hizbi Tahrir. A ameaça terrorista constitui o argumento do regime para justificar a repressão.
A violência dos confrontos levou muitos usbeques a fugir para a fronteira com países vizinhos no Vale de Fergana (um grande centro de propagação do isla- mismo radical na Ásia Central).
Analistas citados pela AFP alertavam neste sábado para o risco de a revolta, em parte motivada pelos índices de pobreza e opressão, alastrar - apoiada no radicalismo islâmico - pelo chamado "efeito dominó" a todo o ex-Turquestão sovié tico (actuais Cazaquistão, Turquemenistão, Tajiquistão, Quirguízia e Usbequistão).
A importância estratégica da região para os EUA e a sua crescente presença por causa da luta contra o terrorismo também estão a exacerbar os ânimos, até porque Washington fecha os olhos às práticas ditatoriais dos líderes locais (formados no regime soviético).







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