Rádio Vaticano condenada por contaminação electromagnética: a emissora lamenta decisão
e afasta receios da população.
A Rádio Vaticano foi condenada por contaminação electromagnética pelo Tribunal de
Roma. A sentença prevê uma pena de 10 dias de prisão, com suspensão de pena, para
o director-geral e o presidente da Comissão de gestão da emissora do Vaticano, respectivamente
o Pe. Pasquale Borgomeo e o Cardeal Roberto Tucci.
A direcção da Rádio Vaticano reagiu em comunicado a esta decisão, assinalando que
irá apelar para as instâncias superiores por considerar que a condenação é “claramente
injustificada, seja por considerações de Direito, seja por motivos de facto”.
A propósito desta sentença, o nosso director de programas, padre Federico Lombardi
emitou uma Nota em que afirma, nomeadamente:
“Deixando uma avaliação mais aprofundada para o momento em que serão publicadas
as motivações da sentença, a Direcção da Rádio Vaticano deplora o facto de que as
suas posições não tenham sido reconhecidas como válidas. Embora apreciando a absolvição
de um dos imputados, reserva-se o direito de impugnar, em apelo, uma sentença que
considera claramente injustificada, quer por considerações de direito, quer por motivos
de facto.”
“Como tivemos ocasião de explicar repetidas vezes, nestes anos, e foi reafirmado
no decurso do processo, a Rádio Vaticano sempre desenvolveu a sua actividade no âmbito
dos acordos internacionais existentes com a Itália relativos ao Centro Transmissor
de Santa Maria de Galéria, sempre se ateve às recomendações internacionais em matéria
de emissões electromagnéticas, mesmo ainda antes da existência de normas italianas.
A partir de 2001, na sequência de acordo estabelecido com o governo italiano, respeita
cuidadosamente os limites previstos pelas nova regulamentação italiana, actualmente
em vigor, como demonstra as medições realizadas, por mandato da Comissão bilateral,
pelas instituições públicas italianas mais competentes e bem apetrechadas na matéria.
Sendo esta legislação italiana bastante restritiva, não existe qualquer motivo de
preocupação da parte da população
“Confiamos que a justiça italiana, nos sucessivos graus de juízo, virá a reconhecer
finalmente a correcção dos comportamentos da Direcção da Emissora, contribuindo assim
para clarificar o horizonte das sombras que durante demasiado tempo têm causado prejuízo
à sua boa reputação, contribuindo para alimentar na população receios infundados”.
O caso começou a ser falado quando em 2001 o Centro de Transmissões da Rádio Vaticano
de
Santa Maria di Galeria
(Norte de Roma) se tornou o centro de vivas polémicas por causa das novas regras italianas
sobre as emissões electromagnéticas. Apesar do acordo entre o Vaticano e a República
Italiana, algumas associações ambientalistas colocaram a emissora em tribunal, acusando-a
de perturbar as pessoas residentes na referida área.