Moscovo recorda fim da segunda guerra mundial: Jorge W. Bush pede mais democracia
para a Europa de leste
Mais de oito mil convidados, entre os quais mais de meia centena de chefes de Estado
e de Governo de todo o Mundo, assistiram esta segunda-feira, em Moscovo, a uma parada
militar na Praça Vermelha, para assinalar o 60.º aniversário do fim da II Guerra Mundial,
que contou com a participação de cerca de 2.500 antigos combatentes russos que lutaram
durante o conflito.
Durante o seu discurso, o presidente russo, Vladimir Putin, desejou “que o Mundo não
volte a passar por um pesadelo igual” e apelou a que seja preservada “a ordem mundial
baseada na segurança, na justiça e numa nova cultura de relações que impeça a repetição
de guerras quentes ou frias”.
“A História ensina-nos que os Estados e povos devem fazer tudo para não deixar nascer
novas doutrinas mortíferas, o crescimento de novas ameaças”, sublinhou Putin, realçando
que as lições da II Guerra Mundial ensinam que a colaboração com a violência e a indiferença
conduzem a tragédias horríveis de escala mundial.
O presidente russo afirmou ainda que Moscovo jamais esquecerá o auxílio prestado à
Rússia pelos EUA, a Grã-Bretanha e a França, bem como dos antifascistas alemães e
italianos, para derrotar a Alemanha nazi e o II Reich, acrescentando que a reconciliação
russo-alemã foi uma das conquistas mais importantes do pós-guerra.
Entretanto, as comemorações do 60.º aniversário da derrota do regime nazi de Adolf
Hitler ficam marcadas negativamente pelas ausências dos chefes de Estado da Estónia
e Lituânia, que recusaram festejar na capital russa o início de meio século de ocupação
soviética daqueles países bálticos.
O presidente norte-americano, George Bush, reuniu-se ontem à noite em Moscovo com
o seu homólogo russo, Vladimir Putin, numa cimeira que terá gerado tensão face aos
pedidos dos Estados Unidos de mais democracia no Leste da Europa.
Bush quer fazer da defesa da democracia o “cavalo de batalha da sua digressão pela
Europa, que o levou à Letónia e Holanda e termina amanhã na Geórgia.
Bush prometeu apresentar a Putin os pedidos da Letónia, Lituânia e Estónia para que
a Rússia se desculpe pela ocupação entre o final das II Guerra e 1991. Putin rejeitou
até agora pedir desculpa, alegando que Moscovo rejeitou em 1989 o acordo Molotov-Ribbentrop
de 1939, que permitiu a anexação. O presidente russo acusou os três países de quererem
camuflar, com a exigência de desculpas, o seu colaboracionismo durante a ocupação
nazi.