Em Timor Leste, crise sem solução á vista

A crise nas relações entre o Governo e a Igreja em Timor-Leste continua sem solução à vista, dado que a assinatura do documento que permitiria pôr fim à manifestação promovida pela Igreja ainda não tem data marcada. O Bispo de Baucau e o ministro dos Negócios Estrangeiros não conseguiram chegar a acordo, depois de mais uma ronda negocial.
"Há dificuldades em encontrar os termos. Dificuldades de olharmos todos na mesma direcção, de sermos objectivos com as palavras, mas são coisas de pormenor que podem ser ultrapassadas", afirmou D. Basílio do Nascimento à agência Lusa.
Para José Ramos Horta, a demora para se encontrar uma versão definitiva do texto tem uma justificação "natural", visto que se trata de um debate sobre "questões fundamentais" que têm de ser definidas de forma colegial.
Questionado sobre os motivos que levaram a hierarquia católica a promover uma manifestação anti-governamental, incluindo a exigência da "imediata remoção" do primeiro-ministro, o Bispo de Baucau referiu-se a Constituição e a lei como os parâmetros por que se regerá a actuação da Igreja. A Igreja católica timorense "irá tão longe quanto a lei o permitir", assegurou.
A manifestação anti-governamental saiu para as ruas de Díli no passado dia 19 de Abril.