A Santa Sé defende desarmamento nuclear geral

O Vaticano pediu na ONU um completo desarmamento nuclear, considerando que a paz não se alcança através das armas e exigindo uma redefinição de toda a estratégia nuclear.
Intervindo na VII Conferência de avaliação do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que decorre na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé, destacou a importância da assinatura desse tratado e das promessas que ele abriu: “um mundo em que as armas nucleares sejam eliminadas e a cooperação tecnológica para o desenvolvimento seja uma realidade para todos”.
O representante católico considera que continua a ser necessário “prevenir a disseminação e proliferação de armas nucleares, promovendo a utilização da energia nuclear para fins pacíficos e perseguindo o objectivo do desarmamento nuclear”.
A Santa Sé lembra que já passou o tempo do “equilíbrio do terror” e considera que é tempo de “reexaminar toda a estratégia nuclear”.
“A paz que procuramos no século XXI não pode ser obtida com base nas armas nucleares. O século começou com uma explosão de terrorismo global, mas esta ameaça não deve permitir que se minem os preceitos da lei humanitária internacional, fundada nos princípios fundamentais de limitação e proporcionalidade”, destacou D. Migliore.
O prelado acrescentou que o uso de armas “não pode produzir males e desordens maiores dos que procura eliminar”.