Declaração conjunta do governo e da Igreja em Timor Leste não foi assinada
Ao contrário do que se esperava, não foi hoje assinada entre o Governo e a Igreja
em Timor-Leste a Declaração Conjunta que poria fim à manifestação anti-governamental,
que se prolonga há 17 dias em Díli. O Presidente Xanana Gusmão explicou aos jornalistas
que a Igreja ainda está a trabalhar no documento.
D. Alberto Ricardo Silva, Bispo de Díli, e D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau,
deveriam ter respondido à contraproposta que lhes foi remetida quarta-feira pelo Presidente
e pelo primeiro-ministro timorenses, cujo conteúdo não foi divulgado.
"Somos todos cidadãos timorenses. Uns são líderes espirituais, religiosos, outros
são líderes políticos. Temos que ter confiança uns nos outros", referiu por seu turno
o primeiro-ministro, Mari Alkatiri.
Apesar de não ter havido ainda um acordo capaz de pôr fim às manifestações desencadeadas
pela decisão das autoridades de retirar a disciplina de religião e moral das escolas,
que resultaram na exigência da demissão de Alkatiri, o Presidente continua a ter prevista
para sexta-feira uma visita de trabalho ao interior do país, com regresso a Díli somente
no dia 11.
Fontes citadas por meios de comunicação social portugueses assinalam que a desmobilização
foi protelada porque, à revelia dos bispos de Díli e de Baucau, alguns padres "continuam
a incendiar os ânimos dos populares"- salienta a agência portuguesa Ecclesia.