Iraque: governo toma posse,mas persistem dificuldades
A cerimónia de investidura do novo Governo iraquiano realizou-se, nesta terça feira,
na fortificada "Zona Verde", em Bagdad, sem que o primeiro-ministro, Ibrahim Jaafari,
tenha logrado indicar titulares para as estratégicas pastas da Defesa ( deverá ser
atribuída a um sunita) e do Petróleo (xiita). Tal ficará a dever-se, por um lado,
à dificuldade em encontrar um militar sunita cujo passado não entronque com o Partido
Baas, de Saddam Hussein, e, por outro, às frustrações curdas por ficarem sem o controlo
de um sector para o qual contribuem maioritariamente.
Os laços, ainda que remotos, com o Baas, que reprimiu brutalmente xiitas e curdos,
continuam a ditar lei no Iraque.
Para a Defesa fala-se dos nomes do brigadeiro Hamid Obeid e de Mohammed Hassan, mas,
segundo fontes xiitas, o ideal será nomear um civil com um percurso expurgado de conotações
directas com Saddam Hussein.
No mais, o Governo de Jaafari inclui apenas 30 ministros, incluindo o próprio e dois
vices (um sunita, outro curdo), apesar de ter sido anunciado que teria 37.
À nação, "personificada" no curdo Jalal Talabani, chefe de Estado, e no sunita Hajem
al-Hassani, presidente do Parlamento, o xiita Jaafari prometeu preservar a independência
e a soberania do Iraque, defender os interesses do povo e garantir a integridade do
território e dos recursos naturais, aplicando a lei "com sinceridade e imparcialidade".