Em Angola a paz ainda não produziu progresso social
Não obstante o fim da guerra civil mais longa e sangrenta do continente africano Angola,
e apesar de ser rica em minerais, especialmente diamantes e petróleo, é até hoje uma
das nações mais pobres do Mundo,
Ao longo de quase 30 anos de conflito armado, as estimativas apontam para mais de
um milhão de mortos, mais de quatro milhões de refugiados, 100 mil mutilados e mais
de 50 mil crianças órfãs.
Desde a proclamação da independência do país, a 11 de Novembro de 1975, as partes
envolvidas no conflito – governo e Unita –, tentaram sem sucesso três acordos de cessar-fogo.
Só após a morte de Jonas Savimbi em combate na província do Moxico, a 22 Fevereiro
de 2002, o governo e a Unita, reunidos em Luanda, assinaram um acordo de paz, a 4
de Abril desse ano.
Apesar do fim da guerra, o país ainda não conseguiu encontrar o caminho para o desenvolvimento.
À inexistente rede de infra-estruturas e saneamento básico em todo o país, somam-se
a endémica pobreza, a corrupção e o peso do MPLA na sociedade, pois domina toda a
política económica e social do país. As novas eleições gerais em Angola estão marcadas
para 2006.
O FMI pretende assinar um acordo com o governo mas faz depender as ajudas das reformas
na governação e da transparência dos rendimentos do petróleo e dos diamantes.
Há ainda o caso Cabinda, território com a qual Angola não tem fronteiras comuns.
De Cabinda é extraído 70% do petróleo exportado por Angola. Cabinda tornou-se assim
no palco de múltiplos interesses internacionais, e consequentemente num território
que tem sido alvo de constantes violações dos Direitos Humanos.