2005-04-27 13:54:48

Conflito igreja - governo em Timor Leste


O conflito que opõe a hierarquia católica timorense ao governo conheceu ontem novos pormenores. Ao mesmo tempo que durante a manhã decorria em Díli a sessão de encerramento da reunião do governo com os parceiros de desenvolvimento, José Ramos-Horta, chefe da diplomacia timorense, reunia com D. Basílio do Nascimento, bispo de Baucau e uma das principais figuras do processo de contestação da igreja ao primeiro- ministro Mari Alkatiri.O ministro dos Negócios Extrangeiros timorense Ramos Horta destacou que da parte da hierarquia da igreja "há vontade genuína de encontrar uma via para se retomar o diálogo e responder às suas legítimas preocupações".Enquanto Ramos-Horta fazia estas declarações à Lusa, no Paço Episcopal de Díli chegava ao fim uma longa reunião entre representantes dos manifestantes, provenientes das dioceses de Díli e Baucau, e representantes do bispo de Díli, D. Alberto Ricardo da Silva.No final da reunião, que se prolongou por seis horas, o Vigário-geral de Díli, padre Apolinário Guterres, orientou os representantes dos manifestantes para lerem um comunicado de imprensa em que se reafirma a exigência da demissão do primeiro-ministro, mas a que se adiciona um novo pormenor: o apelo à intervenção directa do presidente da República, Xanana Gusmão."Pedimos ao senhor presidente para continuar a ser os nossos olhos, os nossos ouvidos, como prometeu durante campanha eleitoral.Xanana Gusmão tem repetidamente defendido que enquanto guardião da Constituição não permitirá quemanifestações de rua ponham em causa a legitimidade obtida por via das urnas.A Lusa obteve do gabinete do primeiro-ministro a garantia que Mari Alkatiri "continua disponível para o diálogo construtivo" com a hierarquia católica timorense.







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