2005-04-27 14:58:17

Bento XVI um homem da Igreja


O Cardeal Joseph Ratzinger, de 78 anos, é o novo Papa da Igreja Católica, assumindo o nome de Bento XVI.
Uma das figuras fortes durante o Pontificado de João Paulo II, no qual assumiu as funções de Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, Bento XVI nasceu a 16 de Abril de 1927, em Marktl (Baviera), na diocese de Passau, numa família tradicional de camponeses. Participou como soldado do exército alemão nos últimos meses da II Guerra Mundial e passou algum tempo num campo de prisioneiros norte-americano antes de ser libertado.
Entre 1946 e 1951 estudou filosofia e teologia na Escola Superior de Filosofia, em Freising, e na Universidade de Munique.
Foi ordenado sacerdote a 29 de Junho de 1951. Em 1953 doutorou-se em teologia com a tese “Povo e casa de Deus na Doutrina da Igreja da Santo Agostinho” e quatro anos depois obteve a livre docência com um trabalho sobre a “Teologia da História de São Boaventura”. Posteriormente leccionou em várias universidades da Alemanha, cultivando uma grande cultura teológica.
A atenção mediática começou a recair sobre ele quando foi conselheiro do Cardeal Firngs, um dos motores do II Concílio do Vaticano, no qual Bento XVI participou como perito. Aos 35 anos era uma verdadeira estrela teológica e, mais tarde, destacou-se na defesa da fé perante o marxismo e o ateísmo crescente da juventude, no Maio de 68.
Juntamente com os grandes pensadores do Concílio - Congar, Schillebeeckx, Rahner, Küng… - funda a prestigiada revista “Concilium”. Na altura defende uma reforma dos métodos do Santo Ofício, a futura Congregação da Doutrina da Fé. Publicou obras de referência da teologia conciliar, como “A Fé cristã ontem e hoje” (1969) e “O novo povo de Deus” (1971).
As suas convicções sobre a relação entre a Igreja e o mundo na modernidade foram abaladas pelos desenvolvimentos do ano de 1968, face à tempestade contestatária que abala a Igreja. Perante uma ideia de Cristianismo que se desvanece, ele luta pela sua redefinição.
Foi membro da Comissão Teológica Internacional, de 1969 a 1977.
Eleito Arcebispo de Munique, a 24 de Março de 1977, foi nesse mesmo ano criado Cardeal por Paulo VI e terá sido, em 1978, um dos mais fortes defensores da eleição do Cardeal Karol Wojtyla.
João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, presidente da Comissão Bíblica Pontifícia, e presidente de Comissão Teológica Internacional, a 25 de Novembro de 1981. Renunciou ao governo pastoral da Arquidiocese de Munique, a 15 de Fevereiro de 1982. Desde 2002 era o Decano do Colégio Cardinalício e o mundo habituou-se a vê-lo nos últimos dias, a presidir às celebrações das exéquias de João Paulo II.
Nos últimos anos assumiu-se como um dos homens chaves na definição da Ortodoxia na Igreja Católica e um dos mais importantes colaboradores de João Paulo II.
Trabalhou durante muitos anos no Sínodo dos Bispos. Foi presidente da Comissão para a preparação do Catecismo da Igreja (1986-1992), um trabalho monumental que procura apresentar o essencial da fé cristã num modo pedagógico e directo.
Na Cúria Romana, era membro da Secretaria de Estado; das Congregações para as Igrejas Orientais, Culto Divino e Sacramentos, Bispos, Evangelização dos povos, Educação católica; dos Conselhos Pontifícios para a Unidade dos Cristãos, Cultura; das Comissões para América Latina, Ecclesia Dei.
Por encargo de João Paulo II, escreveu as reflexões da Via Sacra da Sexta Feira Santa de 2005.







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