Papa confessa ter rezado para não ser eleito: "nesta oração o Senhor não me ouviu
disse Bento XVI aos seus compatriotas
“Rezei ao Senhor para que escolhesse alguém mais forte do que eu, mas nesta oração
é evidente que Ele não me ouviu…”. Foi desta forma simples e directa que Bento XVI
falou das suas expectativas relativamente ao último Conclave, perante os peregrinos
alemães reunidos nesta segunda feira dia 25 na Sala Paulo VI do Vaticano.
O novo Papa referiu que não poderia fazer outra coisa que dizer “sim” à eleição, explicando
que “os caminhos do Senhor não são cómodos, mas nós não fomos feitos para a comodidade”.
“Nunca pensei ser eleito nem fiz nada para tal, mas posso dizer que quando se aproximava
essa 'guilhotina', voltei a pensar numa coisa que me tinha escrito um padre alemão
numa carta que levei para o Conclave”, disse Bento XVI, referindo-se a uma missiva
que o desafiava a aceitar o resultado da eleição dos Cardeais, se fosse indicado para
suceder a João Paulo II.
Com os peregrinos da sua terra natal, o Papa brincou sobre o facto de já estar algo
“italianizado”, dado que chegou atrasado à audiência, mas vincou que apesar de estar
em Roma há quase 24 anos “continuo bávaro”. Falando das boas relações entre a Baviera
e Roma, Bento XVI apresentou dois exemplos de figuras bávaras que marcaram a vida
da Igreja: o Capuchinho Pe. Corrado e o Jesuíta Pe. Rupert Mayer, que desafiou o regime
de Hitler.
Nesta segunda feira Bento XVI confirmou oficialmente todos os membros dos Dicastérios
da Cúria Romana até ao fim do quinquénio para o qual tinham sido nomeados pelo anterior
Papa, após já ter feito o mesmo com as presidências dos Dicastérios, e promoveu à
ordem episcopal do Colégio Cardinalício o Cardeal nigeriano Francis Arinze.