Bento XVI recebe os Cardeais na sua primeira audiência oficial: "não deixem que me
falte o vosso apoio",pediu.
Bento XVI recebeu esta manhã os Cardeais presentes no Vaticano, naquela que foi a
primeira audiência oficial do Pontificado.
O novo Papa confessou que, neste momento, dois sentimentos se misturam dentro de si:
“um vivo desejo de agradecimento” e um sentimento de “humana impotência”.
“Sinto, em primeiro lugar, o dever de dar graças a Deus que me quis fazer, apesar
da minha fragilidade humana, Sucessor do Apóstolo Pedro e me confiou a missão de reger
e guiar a Igreja, para que seja no mundo sacramento de unidade para todo o género
humano”, disse o novo Papa, citando o documento que tem servido de pano de fundo à
suas primeiras intervenções: a Constituição dogmática “Lumen Gentium”, sobre a Igreja,
do II Concílio do Vaticano.
O novo Papa declarou a intenção de cumprir a sua missão "com simplicidade e disponibilidade".
Bento XVI considerou “verdadeiramente emocionante” o seu primeiro encontro com os
fiéis, acontecido na sua deslocação ao seu antigo apartamento, 200 metros fora do
Vaticano.
"Estou convencido de poder contar com a vossa generosa colaboração", disse ainda aos
Cardeais, reunidos na Sala Clementina, assegurando que "sei bem qual é a natureza
da missão que me foi confiada".
"Não deixem que me falte o vosso apoio", pediu.
Bento XVI saudou, de forma emocionada, a memória de João Paulo II, frisando que "a
luz e a força de Cristo ressuscitado" brotaram dos últimos momentos de vida do anterior
Papa.
A primeira intervenção do encontro esteve a cargo do Cardeal Angelo Sodano, secretário
de Estado do Vaticano, o qual lembrou que os Cardeais da Igreja Romana têm por missão
“eleger o Papa” e prestar auxílio ao Papa “no Governo da Igreja Universal”
“Estamos felizes que hoje, quem dá vigor à árvore da Igreja, seja o Papa Bento XVI”,
acrescentou.
O Cardeal Sodano reconheceu que a eleição do novo Papa decorreu “rapidamente” e vincou
o simbolismo da escolha do nome Bento, referindo-se à figura de São Bento.
O encontro terminou num clima de grande familiaridade, com o Papa a despedir-se com
um "vemo-nos no Domingo" e um dos Cardeais a gritar "viva o Papa!" entre os aplausos
de todos.