Cardeais portugueses felizes com a escolha de Bento XVI
Os dois Cardeais portugueses que participaram no Conclave, D. José Policarpo e D.
Saraiva Martins, consideram que a Igreja Católica tem um grande Papa, disponível para
a missão e aberto ao mundo.
O Patriarca de Lisboa aponta como exemplo desta atitude a própria escolha do nome
Bento XVI, fazendo referência a São Bento, padroeiro da Europa, o fundador dos Beneditinos
que fez face à descristianização do Velho Continente.
“São Bento representa um recomeço da Evangelização da Europa depois do período caótico
da invasão de Roma pelos povos que nós chamamos bárbaros. Com a Ordem Beneditina ele
está na base do que foi a Nova Evangelização da Europa”, disse em declarações recolhidas
pela Rádio Renascença.
D. José Policarpo considera que a escolha do Cardeal Ratzinger não pode ser entendida
como “uma aposta na continuidade”, explicando que a continuidade “é da Igreja como
tal”.
“A Igreja é uma realidade e no final do séc. XX e início do séc. XXI marcou um ritmo
muito próprio e a meu ver irreversível. A continuidade da Igreja há-de ser feita pela
Igreja toda e com o Papa à frente", explica.
Sobre a figura de Bento XVI, o Patriarca de Lisboa fala “num homem que garantirá a
continuidade da Igreja, uma realidade de tal maneira implantada e visível e que se
tornou nos últimos tempos uma referência para religiões e culturas, sobretudo nas
grandes causas como a defesa da paz, do homem, da dignidade humanidade, dos pobres".
O Cardeal José Saraiva Martins, por seu turno, considera o novo Papa como “um homem
extraordinário, de grande cultura e profunda espiritualidade, que conhece bem a doutrina
da Igreja e o mundo em que vivemos”. Esta eleição é um grande dom de Deus para a Igreja”,
assegura à RR.
O Cardeal português da Cúria Romana conhece bem o novo Papa e afiança que será um
“digno sucessor de João Paulo II”, recusando os rótulos de rigidez e intolerância
atribuídos a Bento XVI.
“Quem diz essas coisas não conhece o Cardeal Ratzinger, que eu conheço bastante bem.
Pessoalmente é um homem extremamente amável, muito sensível, educado, diria mesmo
fora do comum”, acrescenta.
Sobre os passos a dar no início do Pontificado, D. José Saraiva Martins assinala que
o caminho traçado por João Paulo II não pode ser contornado, de modo especial no que
diz respeito à relação com os jovens. “Eles são o futuro da Igreja e da sociedade,
a Igreja tem de estar sempre ao lado dos jovens”, observa.