2005-04-21 14:56:24

Bento XVI acolhido entre louvores e criticas


A eleição do Cardeal alemão Joseph Ratzinger como novo Papa da Igreja foi acolhida com satisfação pela comunidade internacional, que vê em Bento XVI uma garantia de continuidade com a obra realizada por João Paulo II. As críticas e preocupações manifestadas chegam sobretudo de círculos teológicos considerados “progressistas”, que há anos se encontram em conflito com o antigo prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.
O secretário-geral da ONU, Koffi Annan, felicitou Bento XVI e desejou que ele “traga consigo a sua muito grande experiência a tão elevada função”.
George W. Bush, presidente dos EUA, considerou o novo Papa um homem de “grande sabedoria e conhecimento”, empregues ao serviço de Deus.
Na terra natal do Cardeal Joseph Ratzinger, o Chanceler Schroeder considerou a escolha como uma honra para o seu país e saudou Bento XVI como “um digno sucessor de João Paulo II”.
O presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, felicitou o novo Papa, desejando que, durante o seu Pontificado, a Igreja Católica prossiga o trabalho em favor da paz e solidariedade entre os povos. "Desejo sinceramente que sob o seu magistério, a Igreja Católica possa prosseguir a sua acção em favor da paz, da solidariedade entre os povos e do respeita dos direitos do Homem e de todos os homens", afirma em comunicado.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, felicitou o Cardeal Joseph Ratzinger pela sua eleição como Papa da Igreja Católica e disse querer continuar a cooperar com o Vaticano sobre os grandes assuntos internacionais. Numa mensagem de felicitações a Bento XVI, Blair assegura os seus "melhores votos para o sucesso do seu Pontificado" e declarou-se pronto "a continuar a cooperação com a Santa Sé sobre assuntos de grande importância internacional como a África e o Desenvolvimento".
De Israel chegou a mensagem do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Telavive, esperando que o novo Papa se empenhe especialmente no combate ao anti-semitismo.
Vários teólogos considerados “desviantes” ao longo do último quarto de século manifestaram, por outro lado, a sua preocupação por esta decisão dos Cardeais eleitores. Bento XVI não é um homem do mundo, como João Paulo II, e há quem acredite que as suas posições podem comprometer o esforço de aproximação a outras religiões e correntes do cristianismo.
O ex-sacerdote e teólogo brasileiro Leonardo Boff disse que "como cristão aceito e respeito a decisão, fruto da eleição dos Cardeais, mas será difícil amar este Papa, por causa da sua posição em relação à Igreja e ao mundo".
Também o teólogo alemão Hans Kung, considerou a eleição de Ratzinger uma "imensa decepção para inúmeras pessoas", salientando, contudo, a necessidade de "dar uma oportunidade" a Bento XVI. "Tal como em relação a um presidente dos EUA, devemos conceder ao novo Papa um período de graça de cem dias para o avaliar", afirmou.
O alemão Eugen Drewermann declarou que "é de temer que Ratzinger continue a acentuar as divergências entre as Igrejas no Mundo e na Alemanha".
Albert Biesinger manifestou recear uma "polarização" dentro da Igreja. Os cardeais escolheram "um Papa de transição", segundo este teólogo crítico.
Da parte da Igreja Católica, a reacção é de esperança. O prelado do Opus Dei, D. Javier Echevarría, considera que “o novo Papa conhece bem a missão da Prelatura e sabe que pode contar com o empenho alegre dos sacerdotes e dos leigos que a integram para servir a Igreja; essa era a única ambição de São Josemaria Escrivá de Balaguer. Juntamente com a adesão, desejo transmitir também o meu profundo afecto filial, que se une à oração e ao afecto de todos os fiéis do Opus Dei”.
O movimento Comunhão e Libertação sublinha a simplicidade com que Bento XVI se apresentou aos fiéis, “mostrando a verdade e a humanidade da sua fé e da sua proposta: Cristo”.
O Ir. Roger, fundador e alma da Comunidade ecuménica de Taizé, referiu que todos os seus rezam “para que o novo Papa prossiga o excepcional ministério de paz e de comunhão de João Paulo II”. “Esperamos em particular que as novas gerações sejam sustentadas para viver no Evangelho, hoje”, acrescenta.







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