2005-04-21 14:57:47

Angola: espera reforço das relações com o Vaticano


Angola espera do novo Papa o reforço das relações, segundo o seu Presidente. José Eduardo Dos Santos exprimiu este voto na mensagem de felicitações divulgada pelo seu Gabinete no princípio desta tarde sobre o acontecimento.

Que o novo Papa, Bento XVI, «reforce as relações existentes entre o Vaticano e a República de Angola», reza taxativamente a mensagem. Também, sublinha a convicção de que o mesmo «prosseguirá os esforços do seu antecessor em prol da concórdia e da paz entre os povos».

A mensagem enaltece, por outro lado, as qualidades demonstradas pelo então Cardeal Josef Ratzinger ao longo da sua vida pastoral. Na mesma esteira, reconhece o papel do mesmo enquanto «teólogo da Igreja e guardião da fé cristã».

PERSPECTIVA DE FÉ

Abordagem análoga, teve o Bispo nomeado da Diocese de Cabinda, D. Filomeno Viera Dias, para quem a eleição de Bento XVI foi de encontro ao «coração e o sentir da própria Igreja».

Comentando, ao Apostolado, a personalidade do novo Chefe da Igreja Católica, destacou a grande visibilidade de que já gozava na condição de Cardeal.

Atribuiu esta projecção à «sua formação teológica profunda e sólida, dedicação à Igreja como Bispo, depois à frente de diversas congregações da fé e testemunho de vida cristã.».

D. Filomeno discordou da alegada decepção dos prelados africanos e do terceiro mundo, aventada por parte da imprensa internacional, em relação ao novo Papa. «Sou parte desta África, deste terceiro mundo (...) A questão do papado é uma perspectiva de fé, acreditamos que este é o homem que Deus, neste momento, quer à frente da sua igreja, à frente da família de todos os cristãos e de todos os

Saudaram, também, a eleição do novo Sumo Pontífice, figuras da Igreja Católica de Cabinda, recentemente agitada por uma divergência com uma decisão do Vaticano.

O Bispo emérito Dom Paulino Madeca presume que o Papa Bento XVI «saberá conservar a linha de João Paulo II porque estava muito próximo do mesmo». Espera dele, ainda, a abertura para o resto do mundo, na esteira do Papa Bento XV, que lhe inspirou o nome pontifical e se caracterizou pelo vigor missionário.

Segundo o pároco da Imaculada Conceição, Padre Jorge Casimiro Congo, « uma coisa é Ratzinger, outra coisa é Ratzinger Papa, que deve conjugar em si o aspecto, digamos, misericordioso de Deus e o aspecto disciplinar da própria Igreja».

Espera dele menos vulnerabilidade «a jogadas de teor político pela sua estrutura de alemão» e a revisão da situação que vivem alguns Padres de Cabinda, numa óbvia alusão a recentes incidentes.

A opinião pública suspeita que sacerdotes da região estejam por detrás da hostilidade manifestada contra a nomeação de um novo Bispo em Cabinda, com base no argumento tribal.

Contra esta corrente, a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé teve de recordar, numa recente declaração, o carácter universal da Igreja Católica e a autoridade soberana do Sumo Pontífice.








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