Fechadas as portas da Capela Sistina a Igreja Católica espera agora o novo Papa: da
chaminé da Capela Sistina saiu esta noite ás 20h05 fumo negro.A partir de amanhã previstas
quatro votações diárias.
Os Cardeais eleitores prestaram esta tarde na Capela Sistina o juramento de segredo
sobre tudo o que diz respeito à eleição do Papa e comprometem-se a desempenhar fielmente
o munus Petrinum de Pastor da Igreja universal em caso de eleição. Terminado o juramento,
todas as pessoas estranhas à eleição saíram após a ordem “Extra Omnes” (todos fora).Foi
fectuada uma primeira votação na qual nenhum candidato atingiu os dois terços dos
votos necessários:é o que se desume do facto da chaminé da Capela Sistina ter saido
fumo negro ás 20h05 (hora de Roma).
A partir de amanhã haverá quatro votações diárias, até ao momento em que sair da chaminé
da Capela Sistina o fumo branco que dirá ao mundo «Habemus Papam».
João Paulo nomeou 112 dos 115 cardeais que a partir de hoje se reúnem para decidir
da sua sucessão. Entre os membros do Colégio Cardinalício, na esmagadora maioria estreantes
na sua mais importante missão, são duas as vozes portuguesas. O patriarca de Lisboa,
D. José Policarpo, e o único português a integrar a Cúria Romana, D. José Saraiva
Martins, estarão também submetidos a regras específicas. Isolados do mundo, limitados
nas conversas, sem acesso a noticiários, telemóveis ou agendas, os 115 participantes
na reunião - há a registar as faltas do filipino Jaime Sin e do mexicano Adolfo Rivera,
por motivos de saúde -, que não tenham completado 80 anos até à morte de João Paulo
II, no passado dia 2, vão dedicar-se à missão de decidir o nome do novo Papa, naquele
que será o conclave mais internacional de sempre (58 cardeais da Europa, 20 da América
Latina, 14 da América do Norte, 11 de África, 10 da Ásia e dois da Oceânia).
Há regras claras para evitar um exagerado prolongamento da reunião - a mais longa
demorou cinco dias -, o cardeal patriarca de Lisboa considerou já que “não parece
complicado ter a eleição concluída nos primeiros três dias”, à semelhança do que se
passou em 1978, quando a escolha recaiu sobre Karol Wojtila. Neste conclave, haverá
quatro votações diárias (duas de manhã e duas à tarde), sendo os boletins de voto
queimados após o escrutínio. Se da chaminé da Capela Sistina sair fumo branco, terá
sido escolhido o novo chefe da Igreja Católica.
A abstenção é proibida, e cada votação prolonga-se por duas ou três horas, prevendo-se
que a queima dos boletins ocorra diariamente cerca das 12h00 e das 19 horas locais.
Escolhido o nome, o decano dos cardeais pergunta ao eleito se aceita o cargo – a constituição
apostólica pede que “se submeta humildemente ao desígnio da vontade divina” –, e o
nome por que quer ser conhecido. Depois, o novo Papa coloca as vestes brancas e o
primeiro cardeal dos diáconos dirige-se à varanda da basílica e anuncia “Habemus Papam”.
O Papa vem então saudar o povo e dar a bênção Urbi et Orbi.