O número de vítimas mortais da epidemia de febre hemorrágica em Angola subiu para
230, num total de 250 casos registados, revela o último balanço oficial do ministério
da saúde angolano e da Organização Mundial de Saúde.
Os novos dados, relativos a sexta-feira, traduzem uma subida significativa relativamente
aos anteriores, com mais 21 casos e mais 17 mortos. Todos os casos continuam a ter
origem na província do Uíge, no Norte, onde está localizado o foco da epidemia, não
sendo conhecido nenhum doente que tenha sido infectado noutra região. O número de
pessoas acompanhadas pelas equipas de vigilância sofreu um aumento, de 480 para 503
pessoas, das quais 406 no Uíge. O combate à epidemia de Marburg, a mais grave de sempre,
está a ser assegurado por 40 especialistas da OMS, do Centro de Controlo de Doenças
de Atlanta, nos Estados Unidos, e dos Médicos Sem Fronteiras, que se deslocaram à
província do Uíge, num esforço conjunto com as autoridades locais, para tentar evitar
a propagação da doença. O vírus de Marburg tem como principal vector o macaco verde,
sendo o contágio feito através do contacto com fluidos corporais de indivíduos infectados.
É uma infecção viral, do grupo de radovírus, da mesma família do Ébola, que se manifesta
por uma síndrome febril hemorrágica, e que tem como primeiros sintomas dores de cabeça
e musculares, febre alta, indisposição, vómitos, diarreia e náuseas. É uma doença
rara e de elevada contaminação, apresentando actualmente em Angola uma taxa de mortalidade
de 92 por cento.