"Escravatura" no mundo laboral: uma denuncia na abertura da semnana de estudos teologicos
em Viana
A deslocalização de empresas, a que “incompreensivelmente” se tem assistido placidamente,
não é mais do que o fomento de uma “escravatura branca” já que o único objectivo é
pagar menos aos trabalhadores. A denúncia foi apresentada na sessão inaugural da XIV
Semana de Estudos Teológicos pelo Cón. José Paulo Abreu, durante a abordagem à temática
da “Pessoa e Família no mundo do trabalho”, num périplo pelos principais documentos
do magistério entre João XXIII e João Paulo II.
A doutrina social da Igreja sublinha a exigência de um emprego adaptado para todos
os que o podem ter e que o “desemprego é sempre um mal”, muito mais grave quando atinge
os mais jovens. “É crime de bradar ao céu não pagar o salário”, assinalou o prelector,
que é professor na Faculdade de Teologia-Braga, referindo que na argumentação acerca
do salário condigno a Igreja foi evoluindo, passando da “subsistência” do trabalhador
para o “sustento da família”, sem deixar de pensar na situação concreta da economia
da empresa e do Estado.
O conferencista mostrou-se impressionado com a facilidade com que hoje se fala em
aumentar o tempo para se chegar à reforma quando alguns, que “auferem de chorudos
salários”, ao fim de oito anos adquirem o direito à reforma.