2005-04-07 12:56:03

Na véspera do funeral de João Paulo II,situação mais calma. Mas Roma vai parar nesta sexta feira


Uma certa normalidade parece estar a regressar lentamente a Roma, depois de as autoridades italianas e do Vaticano terem ontem decidido impedir, 24 horas antes do encerramento da basílica de São Pedro, que mais pessoas se juntassem às filas dos que pretendem ver e homenagear o corpo do Papa João Paulo II. Mais de um milhão de fiéis terá passado ontem pela Basílica de São Pedro.
As filas acumuladas ao final da noite de quarta-feira chegaram a estender-se por cerca de 10 quilómetros.
O mar de gente que inundou Roma e o Vaticano deixou as autoridades locais "sem capacidade" para acolher os milhões de peregrinos que convergiram para as últimas exéquias a João Paulo II. A protecção civil italiana tem pedido insistentemente, através da Rádio Vaticano, a quem chegar hoje para não se dirigir à Praça de São Pedro com o objectivo de participar no funeral, dado que será impossível albergar todas as pessoas neste local.
Como tal, sete zonas da cidade de Roma, incluindo os Estádios Olímpico e Flaminio, serão equipadas com ecrãs gigantes para permitir aos fiéis acompanhar a missa exequial do Papa. Atendendo à multidão que enche as ruas de Roma ,será absolutamente impossível que todos acompanhem o funeral no Vaticano. O presidente da Câmara de Roma admite que o número de peregrinos a passar pela cidade nestes dias chegue aos 4 milhões.
A informação foi confirmada pelo director da protecção civil italiana, Guido Bertolaso, que apelou a quem está a chegar a Roma para que não tente sequer chegar ao Vaticano. "Quem chegar não terá qualquer hipótese de acompanhar o funeral. Pedimos a todos que vão para Tor Vegata, que está já preparada para acolher milhares de pessoas", frisou.
"Nunca no último século tivemos multidões como estas no espaço de apenas dois dias", comentou Bertolaso.
Os hotéis ou pensões estão lotados, começam a escassear voluntários para apoio às multidões e a rede de transportes, fortemente ampliada, é incapaz de suportar a procura, com os passeios próximos das paragens cheios durante grande parte do dia. Notando as carências, Bertolaso chegou quarta-feira a apelar aos italianos para que abram as suas casas aceitando acolher peregrinos sem lugar onde ficar.
A Via della Conciliazione, avenida que desemboca na Praça de São Pedro,dava esta manhã uma impressão de maior tranquilidade .Ainda terão de passar muitas horas, contudo, até que o último peregrino entre na Basílica de São Pedro, altura em que o velório será oficialmente encerrado.
A capital italiana, tomada de assalto pelos peregrinos, vai parar literalmente para as exéquias do Papa, amanhã. Um número incontável de fiéis e mais de 200 delegações oficiais de todo o mundo obrigam a todos os cuidados e a medidas de segurança excepcionais. Já fortemente congestionada depois da chegada de milhões de peregrinos de todo o país e de todo o mundo, vai paralisar totalmente durante 16 horas, nesta sexta-feira, para o funeral de João Paulo II.
Num dia de luto nacional, a adicionar aos três dias já marcados no início da semana, as autoridades anunciaram o fecho de escolas, bares e cinemas, decretando que entre as 02h00 e as 18h00 será impossível circular em carros privados em toda a cidade de Roma. Apenas motas e ciclomotores o poderão fazer.
Um cordão de segurança gigante será montado num raio de vários quilómetros em redor do Vaticano, tanto para garantir as melhores condições possíveis para os milhões de peregrinos que querem acompanhar o funeral, como para proteger mais de 200 dignitários de todo o mundo.
No Vaticano esperam-se peregrinos de todo o mundo, mas sobretudo da Polónia, pelo que serão tomadas medidas de segurança extraordinárias, com forças policiais a controlarem as auto-estradas e os principais acessos ao local. Entre 10 a 15 mil homens assegurarão o dispositivo de segurança, que inclui a instalação de mísseis. O espaço aéreo estará interdito entre quinta e sexta-feira.







All the contents on this site are copyrighted ©.