Escandalo planetário: mais de meio milhão de mães morre anualmente em todo o mundo
durante o parto ou gravidez
Mais de meio milhão de mães morre anualmente em todo o mundo durante o parto ou a
gravidez, segundo o relatório anual da Organização Mundial da saude divulgado hoje.
O relatório «Dê-mos uma oportunidade a cada mãe e a cada criança», divulgado por ocasião
do Dia Mundial da Saúde, adianta ainda que quatro milhões de recém-nascidos morrem
antes de completarem 28 dias de vida, nomeadamente por falta de higiene. Num total
de 136 milhões de nascimentos por ano, menos de dois terços das mulheres dos países
em desenvolvimento dão à luz com a ajuda de uma pessoa qualificada, salienta o estudo.
O relatório diz ainda que nos países menos desenvolvidos, nomeadamente da África subsariana,
a proporção cai para menos de um terço. De acordo com a directora do departamento
de saúde familiar da OMS, Marie-Paule Kieny, duas horas de hemorragias após o parto
são suficientes para provocar a morte. A OMS considera a morte de mais de meio milhão
de mulheres durante a gravidez ou o parto “um escândalo” e defende que as soluções
são “simples e baratas”.
No relatório anual sobre a saúde no mundo, a OMS apela aos países membros para que
invistam na formação do pessoal de saúde no sentido de ajudar as mulheres grávidas
ou que acabem de dar à luz. Em 2000, a comunidade internacional comprometeu-se em
reduzir a mortalidade materna em três quartos e a mortalidade infantil em dois terços
antes de 2015. “Ao ritmo actual, certos países não atingirão esses objectivos antes
de 150 anos”
Nos 75 países onde a situação é mais grave é necessário investir cerca de sete milhões
de euros por ano para que nos próximos 10 anos se consigam atingir os objectivos do
milénio. Ruanda, Quénia, Turquemenistão, Zâmbia e Zimbabué são países que têm vindo
a verificar progressos, mas poderão entrar em recessão. Para a OMS, esta recessão
acontece em países com uma situação política difícil