O Presidente da Republica Portuguesa Jorge Sampaio enaltece o empenho de JOão Paulo
II na defesa da paz
O Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, manifestou o seu pesar pela morte
de João Paulo II, salientado a coincidência do seu pontificado com períodos de grandes
transformações no mundo. O chefe de Estado português sublinhou o empenho do Papa na
defesa da paz e dos direitos humanos.
"O Papa João Paulo II foi uma das figuras mais marcantes da história contemporânea,
como é reconhecido universalmente, seja qual for o juízo que se faça da sua acção
e do seu legado", considerou o Presidente da República, numa declaração em Belém feita
após a morte do pontífice.
Jorge Sampaio lembrou que desde 1978, quando João Paulo II assumiu os destinos da
Igreja Católica, o mundo sofreu "um período de grandes transformações" e se assistiu
a "uma crescente aceleração da história", e que "a acção do Papa contribuiu para essas
mudanças fundamentais."
Jorge Sampaio caracterizou o Papa como "uma personalidade muito forte, pastor fiel
a um catolicismo activo e mesmo militante", mas também como alguém que "quis ir ao
encontro do mundo na passagem do século XX para o século XXI".
"Adversário acérrimo do comunismo colectivista, também o foi do capitalismo egoísta,
sem consciência humanista e sem solidariedade e de uma concepção do lucro como o grande
fim da actividade humana", acrescentou o Presidente, salientado "que o seu pontificado
ficará marcado por uma visão universalista e ecuménica e de corajosas tomadas de posição
na defesa da paz, dos direitos humanos e na defesa dos direitos sociais dos povos
e das pessoas excluídas e humilhadas".
Jorge Sampaio apontou ainda a firmeza das convicções de João Paulo II, traduzidas
numa "acção incansável que mesmo a longa e grave doença não abrandou".
O Presidente da República manifestou finalmente “gratidão pelos repetidos testemunhos
de afecto de João Paulo II por Portugal”, enviando condolências à Igreja Católica.