O perfil e pontificado inovador de João Paulo II postos em realce pelo episcopado
português
O cardeal-patriarca de Lisboa, destacou ontem a marca inovadora deixada por João Paulo
II no seu pontificado, pautado pela abertura de portas que, acredita, "não se irão
fechar" no futuro.
Para D. José Policarpo, uma das marcas mais significativas do Papa, foi a dos esforços
no desenvolvimento do diálogo inter-religioso, uma das portas "que ninguém tinha ousado
abrir antes".
Por seu turno, o bispo de Coimbra pediu, em nome da Igreja da Diocese, que o falecido
Papa João Paulo II interceda junto de Deus para que tenha "um sucessor digno" da sua
missão.
Um "sucessor digno do que foi" João Paulo II e "de que a Igreja precisa para o século
XXI", acrescentou D. Albino Cleto em declarações à Lusa.
Já o bispo do Porto, D. Armindo Lopes Coelho, mostrou-se contrário a "alimentar a
curiosidade natural mas mórbida" em torno do sucessor do Papa, considerando que isso
será decidido por inspiração "do Espírito que comanda a Igreja".
Todos os bispos e outros sacerdotes contactados pela agencia Lusa se mostraram emocionados
com a morte do Papa, e destacaram as suas qualidades pessoais e como líder supremo
da Igreja Católica no mundo.
O Arcebispo de Évora, D. Maurílio de Gouveia, classificou-o como "um homem notável
e extraordinário" e que dedicava um "carinho especial a Portugal", enquanto o Arcebispo
Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, considerou que a sua vida e mensagem "marcaram,
indelevelmente, a história da Igreja e do mundo".
O presidente da União das Misericórdias foi mais longe e apelou a todos os crentes
que "sigam o exemplo" do Papa João Paulo II, pela vida que levou, "plena de afecto
e solidariedade".
Na sua opinião, a vida do Sumo Pontífice foi também um exemplo do "empenhamento em
favor da dignidade e dos direitos humanos".