O mundo prepara-se serenamente para o adeus a João Paulo II,
João Paulo II caminha serenamente para a hora do adeus e o mundo acompanha-o com a
sua solidariedade e oração, numa prova suprema da universalidade desta figura incontornável.
Nenhuma cara será tão familiar, no conjunto dos cinco continentes, como a de este
homem de branco que recebeu milhões de pessoas no Vaticano – seja em celebrações litúrgicas,
seja em audiências públicas e privadas -, e foi ao encontro delas, nos seus países,
nas suas 104 viagens fora da Itália.
Milhares de milhões habituaram-se, por outro lado, à sua presença nos meios de comunicação
social e é através dos media, agora, que acompanham o desenrolar do estado de saúde
do Papa. Mais do que nunca, João Paulo II parece ser um familiar de homens e mulheres
de todo o mundo, que assistem ao agravamento das suas condições.
Além do número cada vez maior de fiéis que desde esta sexta feira se juntam na Praça
de S. Pedro, no Vaticano, católicos de todos os cantos do mundo rezam pelo Papa.
O Brasil, maior país católico do mundo, reza "para que Deus ajude e acolha" o Papa.
O Cardeal Geraldo Majella Agnelo, presidente da Conferência Episcopal, preside hoje
a uma Eucaristia por João Paulo II na Catedral de Salvador.
Outros milhões de latino-americanos unem-se em oração pelo Papa. Em Buenos Aires,
centenas de fiéis participam das missas que se celebram na Catedral Metropolitana.
Milhares de mexicanos juntam-se na Basílica de Guadalupe. O Papa o país em cinco ocasiões,
começando com a histórica visita de Puebla em Janeiro de 1979.
Os bispos do Chile exortaram os paroquianos a rezar por João Paulo II e pediram que
as portas de todas as igrejas permaneçam abertas.
O secretário-geral da Conferência Episcopal Venezuelana declarou que “queremos fazer
um apelo a todas as paróquias venezuelanas, para que se unam em oração”.
Por sua parte, os bispos bolivianos exortaram os seus compatriotas a organizarem vigílias
de oração para rezar pela vida de João Paulo II, enquanto que no Uruguai, o presidente
da Conferência Episcopal Uruguaia indicou que os católicos “estão muito próximos”
do Papa.
Na Itália o presidente do Comité Olímpico (CONI) Gianni Petrucci, anunciou hoje
a suspensão de todos os eventos desportivos deste fim-de-semana, por respeito ao débil
estado de saúde do Papa.
Os milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, diante da janela dos aposentos
do Papa, voltaram a recitar esta noite o terço do Rosário com os Mistérios Luminosos.
A presidir à oração esteve o cardeal Edmund Szoka, presidente do Governatorado do
Vaticano.No inicio um dos prelados presentes convidou a rezar para agradecer a João
Paulo II.”A oração seja um dom para ele quando está a empreender a última viagem”.
Á meia-noite,sempre na Praça de S. Pedro haverá um novo momento de oração.e amanhã
domingo, o Card.secretário de estado Angelo Sodano celebrará a Santa Missa sempre
na Praça de S. Pedro ,pelo Santo Padre.
Na terra natal de João Paulo II, milhares de fiéis polacos estão concentrados no santuário
mariano em Czestochowa, perto de Cracóvia, a cidade onde Karol Wojtyla iniciou o seu
percurso.
O ícone de Nossa Senhora de Czestochowa, a imagem mais venerada pelos católicos polacos,
ficou excepcionalmente exposto durante toda a noite. O arcebispo de Czestochowa, D.
Stanislaw Nowak, lembrou, nas palavras que dirigiu aos presentes, que Karol Wojtyla
esteve ligado ao santuário desde os primeiros anos, na infância e depois por toda
a vida, como estudante universitário, seminarista, sacerdote e Arcebispo de Cracóvia.
A terra natal de Wojtyla, Watowice, a cerca de 60 quilómetros de Cracóvia, viveu também
uma noite emotiva, com as paróquias e igrejas abertas para receber num ambiente de
maior recolhimento os fiéis que rezavam pelo Papa.