2005-03-31 12:38:18

No primeiro encontro mundial das comunidades portuguesas, o cardeal Stephen Fumio Hamao salientou a prioridade do anúncio da Boa Nova na vida em mobilidade humana


O presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, que ontem se deslocou do Vaticano ao Porto a fim de participar no segundo dia do I Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas, que hoje termina na Casa Diocesana de Vilar, deixou na Invicta a sua convicção de que, “graças a uma chave de leitura especial da própria História, e conscientes da sua própria identidade cultural, num mundo diferenciado por um forte processo de homologação e nivelamento cultural, os portugueses no mundo são chamados a redescobrir a vocação para o diálogo com outras culturas, bem como a amadurecer a sua disponibilidade para a colaboração e a co-responsabilidade, para dessa forma continuarem a sentir-se protagonistas do projecto comum de uma Igreja que não considera ninguém estrangeiro”.
No fim do segundo dia do congresso que reúne no Porto representantes da Igreja, missionários, sindicatos, académicos e associações de emigrantes, em que também marcaram presença D. Manuel Martins, bispo emérito de
Setúbal, o cardeal chamou a atenção para o facto de serem actualmente mais de cinco milhões os portugueses “altamente qualificados” ou “simples homens à procura de trabalho”, espalhados por 121 países, em todos os cinco continentes, com especial representação na América e Europa. Recordou, por isso, o papel de Portugal na história da emigração, salientando que, ao longo dos séculos, foi pioneiro na distribuição dos seus “filhos” pelo mundo, num quadro de “unidade pastoral” e “disposição generosa” de todos para acolher cidadãos de “todas as etnias, nacionalidades, culturas e religiões”.
De acordo com o clérigo de Roma, “o facto de Portugal ser hoje, além de uma terra de onde ainda se parte, também um país de imigração, constitui ocasião adequada para ousar ter presente a memória histórica, mas sobretudo para lançar um apelo à cidadania, à solidariedade e à corresponsabilidade cristãs”. Fumio Hamao disse que “o empenhamento antigo, agora renovado, para com as comunidades portuguesas no mundo não deve prejudicar nem adiar o compromisso no acolhimento generoso de imigrantes e refugiados em Portugal. Também aqui se trata, uma vez mais, da nova evangelização”, concluiu







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