2005-03-30 16:28:05

Actualizar a mensagem da Ressurreição sem diminuir a sua força criadora,fio condutor das homilias dos bispos portugueses no Domingo de Páscoa.


Ao dirigir-se às novas gerações, D. Teodoro de Faria, bispo do Funchal, afirmou na homilia de Domingo de Páscoa que “estamos a viver o fim de uma civilização e o nascimento de uma outra sem contornos ainda bem definidos, sabemos, porém, que a mensagem da Ressurreição é para todos os tempos e que compete a cada geração actualizá-la sem diminuir a força criadora, tornando-a compreensível e atractiva”. De facto - tal como referiu o bispo do Porto – “ muitos reduzem o Cristianismo a um conjunto de prescrições, de imposições, de proibições, de atentados às alegrias e prazeres da vida, às liberdades e legítimas ambições, à sede incontornável de liberdade e de urgência de viver uma vida que tem limites neste tempo e neste mundo. Sem transcendência ou de pseudo-transcendência fabricada ou inventada, ou até dispensada, tal a confiança trazida por um neo-pelagianismo que vigora na mente de quantos – e são tantos... que não querem outra salvação senão a que eles idealizam e entendem conseguir por si mesmos. Se Deus deixou de ser problema (o mais fácil é ser agnóstico...), também não aceitam que o problema seja Cristo como a Igreja dele dá testemunho, anunciando-O e procurando educar e alimentar a fé na Sua Pessoa, no Evangelho ou na Boa Nova que é Ele mesmo, nos valores que constituem, em diversidade de valores, a Verdade que n’Ele se manifestou e continua a revelar-se”.
D. Manuel Neto Quintas, bispo do Algarve, recordou na homilia de Domingo que “a Páscoa é verdadeiramente a grande festa da alegria”. A luz que brota da ressurreição de Jesus ilumina “a nossa vida com todas as suas vicissitudes. Estimula-nos a prosseguir como peregrinos. Dá um sentido novo ao sofrimento humano e infunde nos nossos corações a alegria e a esperança” – sublinhou.
Há no mundo “situações de morte, de silêncio sepulcral, de injustiças, de discriminação, de astúcias covardes, de acomodações interesseiras, de mentiras, de aparências enganadoras, de promessas sem convicção, de expectativas vãs, de experiências frustrantes, de abandono, de isolamento, de pobreza e de fome, de desânimo e de falta de esperança” – afirmou o bispo do Porto mas “Cristo está vivo, continua vivo sobretudo na Igreja (na Igreja de todos nós), a Igreja que celebra a Páscoa e a vida, a Igreja de Cristo que é a nossa esperança, a Igreja de Cristo sem a qual não pode haver esperança de Salvação”.
O Arcebispo de Braga deseja que a identidade do Domingo seja salvaguardada e, sobretudo, profundamente vivida, “mesmo nas dificuldades do nosso tempo”. O desejo foi sublinhado na celebração da Vigília Pascal, tendo D. Jorge Ortiga afirmado que importa lutar muito para que ele conserve “um carácter de dia original e único”. Lembrando que em cada domingo se celebra a presença do Ressuscitado, presente na Eucaristia, D. Jorge Ortiga perguntou: “quantos cristãos participam na Eucaristia nesta atitude de encontro e festa?”. Evocando algumas passagens do catecismo da Igreja Católica, o prelado sublinhou que “a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no centro da vida da Igreja”.
A fé na ressurreição de Cristo “não é o resultado de uma conclusão lógica”. Ela impõe-se pela força das testemunhas. Situar a evangelização no campo do testemunho “é dar prioridade ao diálogo entre as pessoas, em todas as circunstâncias. O anúncio cristão situa-se no âmbito do diálogo, convincente e respeitador. Só no diálogo as pessoas são sensíveis ao testemunho sincero de outras pessoas. E esse testemunho tem de ser credenciado também pela coerência na defesa e na promoção da vida, o que pode revestir a forma da intervenção cultural, social e mesmo política” – refere D. José Policarpo. Dificilmente “daremos testemunho da vida, se não formos promotores da vida, sem nunca esquecer que a fonte da vida é Cristo ressuscitado, cuja Páscoa comemoramos sempre que celebramos a Eucaristia. Não esqueçamos que o ano do Congresso é, também, o Ano da Eucaristia” – sublinhou.
D. José Pedreira terminou com um forte apelo para que os fiéis abandonem “as obras das trevas” e revestindo-se das “obras da luz”, para dignamente participarem no “mistério Eucarístico” e fazerem a autêntica festa que encerra a expressão “Aleluia”.







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