Não acreditar na Ressurreição de Jesus é destruir a fé católica, salientou o Patriarca
de Lisboa na homilia de Páscoa
O cardeal-patriarca de Lisboa criticou a "moda" da redução da figura de Jesus Cristo
à sua condição humana e sustentou que essa leitura, contrária aos Evangelhos, "destrói
a fé" católica. D. José Policarpo falava perante uma assembleia de crentes na Sé Patriarcal
de Lisboa, na homilia da Ressurreição do Senhor, no âmbito das celebrações católicas
pascais.
"Jesus Cristo voltou a estar na moda na literatura, na arte, nos media, que procuram
apresentá-lo apenas como um homem, extraordinário porventura, mas sujeito aos limites
da raça humana", disse.
Provavelmente aludindo ao Código Da Vinci, o Patriarca de Lisboa afirmou que algumas
pessoas não hesitam em "falsear a verdade histórica dos Evangelhos, chegando a acusar-se
a Igreja de ter inventado a fé na Ressurreição e escondido a verdade histórica acerca
de Jesus".
"Esquecem que a abordagem histórica de Jesus só é possível respeitando a historicidade
dos Evangelhos. Mas é preciso reconhecer que essas abordagens livres e romanceadas
da figura de Jesus exercem grande fascínio em muita gente, num ambiente geral de relativização
da objectividade da verdade", sustenta.
Para D. José Policarpo, esta "moda" de reduzir a figura de Jesus a um homem resulta
de um contexto cultural "que dificilmente aceita a dimensão transcendente da vida".
Na sua opinião, não acreditar na ressurreição de Jesus é "destruir a fé" católica,
que acredita que "Cristo está vivo, porque ressuscitou dos mortos".
Ainda na homilia, D. José Policarpo anunciou que o Congresso Internacional da Nova
Evangelização, que se realizará em Lisboa em Novembro, terá como tema "a vida em todas
as suas dimensões, ameaças e problemas, mas também em todas as suas expressões e testemunhos
de quem acredita e luta" por ela.
"Esse é, aliás, um testemunho cada vez mais necessário nos nossos dias: o testemunho
daqueles que respeitam a vida, que lutam por ela, a querem descobrir e construir de
mãos dadas, afirmando a vitória da vida sobre a morte, da generosidade e do amor sobre
todas as formas de egoísmo", afirmou.
Para o cardeal-patriarca, esse testemunho "tem de ser credenciado também pela coerência
na defesa e na promoção da vida, o que pode revestir a forma de intervenção cultural,
social e mesmo política".