A Eucaristia, sacramento da plenitude de Cristo, esteve no centro da homilia do Patriarca
de Lisboa na Vigilia Pascal.
Nesta longa Vigília de misericórdia, de fidelidade e de graça, a Eucaristia marca
o ritmo da caminhada, sendo o “pão do céu”, alimento dos peregrinos, como o maná o
tinha sido para os israelitas, no deserto, o anúncio do termo que nos atrai, a fonte
da força que nos sustenta, a alegria saborosa da comunhão com o Senhor, que caminha
connosco. Salientou o cardeal patriarca de Lisboa na Homilia da Vigília Pascal na
Se Catedral de Lisboa.
Alimento de peregrinos, a Eucaristia, qual realização plena da “tenda da reunião”
e da “nuvem” que escondia a glória de Deus, pertence à nossa situação de caminheiros
no deserto. Mas porque ela é o sacramento da plenitude de Cristo, torna viva e ao
nosso alcance, a terra prometida da nossa esperança. É por isso que ela está no centro
desta Vigília: sendo alimento para quem caminha e espera, ela permite-nos saborear,
desde já, os frutos da terra prometida, estando, assim, presente em todas as etapas
dessa longa caminhada do Povo que o Senhor escolheu e consagrou.
Nós hoje sabemos, à luz da Páscoa,- prosseguiu D. José Policarpo -que só em Cristo
ressuscitado, plenitude da criação, Deus encontrará o seu repouso e que a Eucaristia
é o oásis, onde os que ainda estão a atravessar o deserto, podem saborear o repouso
de Deus. Para toda a criação, o verdadeiro dia do repouso de Deus é o dia da ressurreição
de Cristo e para a Igreja, povo que ainda peregrina, o dia em que pode retemperar
as forças participando do repouso de Deus, é o Domingo, dia da Eucaristia. Ouçamos
o Santo Padre, ao proclamar este Ano da Eucaristia: “Desejo em particular que, neste
ano, se ponha um empenho especial em descobrir e viver plenamente o Domingo como dia
do Senhor e dia da Igreja.
A Eucaristia torna-se, assim, para a Igreja, a plena realização da profecia de Isaías,
a fonte onde se sacia toda a sede e o banquete que mata todas as fomes. Nunca a Palavra
de Deus foi tão eficaz como na Eucaristia e tão perfeita a obra de Deus na nossa história
de peregrinos. Aí podemos encontrar o Senhor, porque Ele está, não apenas perto, mas
completamente presente e comprometido connosco.
Nunca, como na Eucaristia, penetramos nos tesouros de Deus, anunciados pelo Profeta
Baruc. Nela o Povo de Deus já não se sente em país estrangeiro, porque a Eucaristia,
no mais profundo da humanidade, é fermento de um mundo novo .
(Texto integral em
Igreja)