O Conselho de Segurança
das Nações Unidas decidiu quinta-feira, enviar 10 mil soldados e mais de 700 polícias
para o Sul do Sudão, por um período inicial de seis meses, de modo a apoiar o acordo
de paz entre o Governo de Cartum e o Exército de Libertação Popular (SPLA), de John
Garang.
Os capacetes azuis irão formar a Missão das Nações Unidas no Sudão (UNMIS), que deverá
actuar em coordenação com a missão da União Africana para o mesmo país, de modo a
reforçar a tentativa de paz no Darfur, a região ocidental, que continua sem tréguas,
depois de se ter conseguido o cessar-fogo nas terras meridionais.
O mandato da UNMIS inclui fiscalizar o acordo de paz assinado com Garang, ajudar a
criar um programa de desarmamento e promover tanto a reconciliação nacional como os
direitos humanos.
O Conselho pediu ao secretário-geral, Kofi Annan,, que comunique dentro de 30 dias
as formas pelas quais a missão poderá reforçar o esforço de paz que está a ser feito
para o Darfur.
Annan salientou que o povo do Sudão, a comunidade internacional e as Nações Unidas
enfrentam desafios extraordinários para se cumprir o acordo de paz, uma vez que existem
muitos outros problemas no país, para além daquele que se pretende resolver no Sul.
O secretário-geral notou existirem grandes obstáculos de logística, num território
famoso pelo seu clima extremo e por um terreno muito acidentado, ainda só tendo aparecido
10 por cento do dinheiro necessário para socorrer as populações.
A resolução que foi aprovada, por iniciativa dos Estados Unidos, sublinha que nenhuma
campanha militar poderá resolver os problemas do Darfur, pelo que pede ao Governo
de Omar Hassan Al-Bashir e aos grupos de rebeldes ali existentes que reatem quanto
antes conversações de paz, na cidade de Abuja, capital federal da Nigéria.
Tanto a Rússia como a China, que são membros permanentes, com poder de veto no Conselho
de Segurança, têm-se oposto a um forte embargo de armas e a sanções contra quem viola
os direitos humanos e os acordos de cessar-fogo para o Darfur, que a par da República
Democrática do Congo representa uma das grandes tragédias humanitárias da actualidade.
A ONU pediu ao Banco Mundial e a outras instituições que ajudem a reconstruir e a
desenvolver o Sudão, que é o mais extenso dos países da África e que desde há décadas
tem vindo a conhecer uma série de conflitos, envolvendo os seus múltiplos grupos étnicos.
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