No Zimbabwe os imigrantes não poderão votar nas eleições do dia 31 de março
Mais de três milhões de eleitores zimbabweanos a viver no estrangeiro estão impedidos
de participar nas legislativas do Zimbabwe de 31 de Março, depois de o Tribunal Supremo
ter indeferido o pedido de um grupo de cidadãos radicados na Grã-Bretanha para votar
pelo correio. Apenas diplomatas, pessoal militar e suas famílias podem votar do estrangeiro,
segundo a legislação nacional.
Os opositores de Mugabe, associaram esta decisão ao receio do Governo de ver os eleitores
no estrangeiro votar em massa contra o ZANU-PF (no poder). Cada vez mais pessoas emigraram
desde o agravamento de uma crise política e económica que os mais críticos associam
à governação de Mugabe.
O impedimento do voto no estrangeiro junta-se a uma série de decisões que estão a
pôr em dúvida a transparência das próximas eleições de 31 de Março, como o facto de
apenas estar autorizada a presença de observadores provenientes de países africanos
escolhidos pelo Governo de Mugabe e a existência de leis restritivas da imprensa que
já levaram ao encerramento, temporário ou definitivo, de jornais privados.
Estas são questões particularmente sensíveis, depois do não reconhecimento - pela
oposição e pelos observadores internacionais - dos resultados das legislativas de
2000 e das presidenciais de 2002 que deram a vitória a Mugabe. A UE impôs sanções
a Harare e a Commonwealth votou a favor da suspensão do Zimbabwe como país membro,
após considerar que a violência tinha comprometido a transparência do voto de 2002.