Igreja em Portugal deve preocupar-se com indicadores de xenofobia
Os recentes indicadores sobre a xenofobia em Portugal devem ser um motivo de preocupação
para a Igreja em Portugal. A posição é assumida pelo Pe. Rui Pedro, director da Obra
Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), em declarações à Agência ECCLESIA.
“Somos o país da Europa com menor percentagem de imigrantes e, apesar disso, somos
dos que mais resistem à imigração”, lamenta.
Segundo o relatório do Observatório Europeu dos Fenómenos Racistas e Xenófobos, Portugal
é o quarto país da UE que mostra mais resistência à imigração. As reservas são manifestadas
por um em cada seis portugueses.
“Para nós estes resultados são um motivo de interrogação, porque foi feito nos últimos
três anos, quando se procurou trabalhar um olhar diferente sobre a imigração e nos
quais houve políticas que travaram, efectivamente, a imigração”, sustenta o director
da OCPM, que aponta o dedo a contradições no discurso político e à diferença entre
“imigração real e a posição oficial do Estado”.
Os dados foram considerados pelo Pe. Rui Pedro “ainda mais preocupantes” quando vistos
desde uma perspectiva católica. “A Igreja deve redescobrir a sua dimensão Católica,
porque para os cristãos a imigração é uma oportunidade providencial para perceber
uma matriz universal, inerente ao Catolicismo, que as nossas comunidades tendem a
esquecer”, indica.
“A catolicidade da Igreja deve ser assumida na maneira como se tratam os imigrantes”,
aponta.