A áfrica subsaariana precisa com urgencia de solidariedade
A situação das populações na região subsaariana do Sahel preocupa a Santa Sé, que
pede á comunidade internacional que não ignore a região.
“A atenção da comunidade internacional não é suficiente. Essas populações esperam
uma maior atenção por parte dos países ricos e é preciso incrementar o voluntariado”,
referiu em entrevista à Rádio Vaticano D. Karel Kasteel Secretário do Conselho Pontifício
“Cor Unum”. Este organismo, directamente dependente do Papa, representa a Santa Sé
na Fundação João Paulo II para o Sahel, criada em 1984 para ajudar o Burkina Fasso,
Nigéria, Mali, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Mauritânia, Senegal, Gâmbia e Chade.
"Em cinco desses nove países deu-se algo de terrível este ano: a praga dos gafanhotos,
que devoraram todas as reservas de alimentos e de sementes. No Níger, cerca de seis
mil aldeias ficaram sem nada para comer", alertou D. Kasteel.
Perante a situação, o prelado lamentou que apenas três países europeus - Dinamarca,
Holanda e Luxemburgo -, tenham mantido a palavra dada no que diz respeito à ajuda
prometida. “Os outros países europeus ainda não estão a dar a contribuição necessária”.
"O problema principal do Sahel é a desertificação e estamos a lutar de modo admirável
para reduzir as suas consequências. Essa é a finalidade principal da Fundação do Papa.
Estamos a obter bons resultados com o sistema israelita chamado ‘gota a gota’, que
permite a irrigação com pouca água e boas colheitas”.